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Eleições na Itália, referendo na Alemanha e Brexit estão atrasando as bolsas

Fevereiro, o primeiro mês no vermelho para as bolsas após o rali - A bolsa se prepara para o aumento das taxas e não encontra ideias para retomar o caminho do crescimento, mas também as políticas europeias desconhecidas geram incerteza - A votação de março 4, porém, não assusta os BTPs.

Eleições na Itália, referendo na Alemanha e Brexit estão atrasando as bolsas

Uma aparente calma reina nas bolsas de valores das finanças globais. Depois dos frios que caracterizaram o início de fevereiro, os mercados, embora não brilhassem, recuperaram parte do terreno perdido. As operadoras, agora resignadas com os próximos aumentos nas taxas dos EUA, estão lutando para encontrar ideias para novas iniciativas de alta por enquanto. Na Europa, cautela é sugerida pelo resultado da votação italiana, mas também pelo referendo dos social-democratas alemães sobre o novo governo de Merkel. As novas tensões na frente do Brexit também contribuem para complicar o caminho da zona do euro.

E assim, por enquanto passada a euforia, as bolsas reencontraram o vermelho: Wall Street, após onze meses consecutivos de alta, registrou queda de 2,7% em fevereiro, a pior em dois anos. A Europa não se saiu melhor: o índice Stoxx 50 caiu 4,2%, Frankfurt 5,3%. Milão se defendeu melhor: -3,5% no mês anterior às eleições, superado apenas por Paris (-2,5%). Em suma, os meses turbulentos ficaram para trás, mas o medo do colapso, evocado pelas fortes quedas de quatro semanas atrás, desapareceu: os mercados estão resignados a engolir o remédio de Jerome Powell, na esperança de que não seja muito amargo.

FLAT WALL STREET, FLY BOOKING (+7,7%)

Enquanto aguardavam a segunda audiência do presidente do Fed, desta vez no Senado, as bolsas americanas registraram variações modestas: o índice Dow Jones perdeu 0,15%, o S&P 500 +0,03%. O Nasdaq avançou 0,16%.

Poucas novidades nas tabelas de preços: Celgene quebra (-8%) após a não aprovação de um medicamento para esclerose múltipla. O melhor desempenho foi do Booking (ex-Priceline): o site de reservas de passagens aéreas subiu 7,7% após as contas.

LANÇAMENTO DO IPO DO SPOTIFY: META DE 1 BILHÃO DE DÓLARES

Spotify apresentou o pedido de admissão à Bolsa ontem à noite no Nyse. O site de streaming de música pretende levantar um bilhão de dólares em um IPO direto, sem road shows, emissão de novos títulos ou envolvimento de bancos.

A Monsanto está progredindo (+0,77%) enquanto aguarda o iminente aval da Comissão Europeia para a venda à Bayer.

Até agora, 76% das empresas do índice S&P 500 relataram resultados acima do esperado.

BONDS SEGURAM, O DÓLAR SOBE

A corrida pelos títulos esfria e o rendimento do T Bond cai para 2,8806%. A participação de dois anos permaneceu inalterada, ontem saltou para 2,28%, a maior em dois anos.

A cruz euro/dólar em 1,219 está pela primeira vez desde meados de janeiro abaixo do limite de 1,22.

CONSUMO DOS EUA (+4,6%) MAIS VIVO QUE O PIB (+2,5%)

O PIB dos EUA cresceu 2017% no quarto trimestre de 2,5, abaixo das previsões, apesar do crescimento simultâneo do consumo (+4,6%). Antecipa-se um novo déficit recorde na balança comercial, mas não se exclui uma queda acentuada dos estoques, em benefício de uma próxima recuperação.

A forte subida das reservas petrolíferas norte-americanas, que cresceram 3 milhões de barris, pesou nos preços do crude: o Brent caiu para 65,82 dólares (-1,2%).

Na Piazza Affari, Eni (-0,8%) e Saipem (-2%) fecharam em baixa. As duas empresas disputam em diferentes consórcios um contrato na Nigéria. Tenaris -1,7%

INFLAÇÃO FRACA, CÂMBIO EUROPEU NO VERMELHO

As bolsas europeias estão fracas apesar do apoio da recuperação do dólar. A inflação italiana cresceu menos que o esperado em janeiro (+0,1%). Na comparação anual, a variação é de 0,6%. O valor da Zona Euro também caiu (1,2% face aos anteriores 1,3%). Os mercados agora estão focados nos dados do PMI a serem divulgados ao longo da manhã para entender se a força da recuperação está ou não se esgotando.

Em Milão, o índice Ftse Mib perdeu 0,51%, para 22.607 pontos. A Piazza Affari é a única Bolsa de Valores a manter um ganho modesto desde o início de 2018.

As outras listas europeias estão no vermelho: Madrid -0,6% (mas -5,4% em fevereiro). Frankfurt -0,44% como Paris (-2,5% em fevereiro).

LONDRES TRUMP NA IRLANDA: BREXIT MAIS DIFÍCIL

O pior resultado é o de Londres: -0,69% apesar da forte queda da libra, negociada a 1,3772 em relação ao dólar, a menor desde 9 de fevereiro. A moeda britânica sofreu com a paralisação das negociações com Bruxelas, que encalharam no rochedo da fronteira entre o Ulster e a Irlanda. O acordo do Brexit está, portanto, de volta ao alto mar.

BTP, QUARTA SESSÃO PARA CIMA. VOTAR NÃO É ASSUSTADOR

A recuperação dos títulos do governo italiano continua, avançando pela quarta sessão consecutiva: as operadoras continuam minimizando os riscos da próxima votação.

Os BTP a dez anos fecharam em 1,98%, spread face ao Bund abaixo dos 132, abaixo do mínimo do início de fevereiro (125) mas longe dos máximos do início do ano (160).

Ontem, o Tesouro colocou 1,763 bilhão de Btp e Ccteu, que foi a leilão na terça-feira, para reabrir. O financiamento em 2018 já atingiu 24% das necessidades do ministério (387 bilhões para o ano inteiro).

A Alemanha levantou ontem 2,413 bilhões em títulos de 0,67 anos. O rendimento manteve-se estável em XNUMX%.

Hoje chegam ao mercado pedidos da França (até 8 bilhões) e da Espanha (5,250 bilhões).

Em um dia lento para as bolsas de valores, a Piazza Affari certamente não foi exceção.

Os bancos movimentaram-se pouco: índice do setor -0,16% contra -0,49% a nível europeu. Unicredit +0,3%, Intesa inalterado. Banco Bpm recuou (-1,1%).

O estado de graça da Poste Italiane continua (+0,8%) que se prolonga após o salto de 6% nos resultados do ano: Kepler Chevreux reforçou a compra, meta em 8,20 euros de 7,8.

AÉREO DE TRANSFERÊNCIA PARA FERRAGAMO, THUMP DE SAFILO

As emoções mais fortes foram reservadas para Salvatore Ferragamo (+2,2%) que anunciou surpreendentemente o lançamento do CEO Eraldo Poletto coincidindo com a reunião do conselho sobre o balanço marcada para 8 de março. A demissão do gerente, segundo alguns rumores, estaria ligada à perspectiva de venda da maison florentina.

No setor do luxo, a Luxottica recupera (+0,73%), penalizada após os dados do balanço. Forte revés para a Safilo (-2,5%) após a desvalorização não monetária de 190 milhões.

A ESPANHA É BOA PARA A MEDIASET

Entre as notas positivas também a evolução da Mediaset (+1,42%) suportada pelas contas da subsidiária espanhola: o lucro do exercício sobe 15,5% para 197 milhões, o melhor resultado desde 2008.

A Telecom Italia também avança (+0,8%): no Brasil foi assinado um acordo com a Oì para a partilha de infraestruturas.

VERMELHO CAMPARI, PIRELLI TAMBÉM FREIOS

O dado mais negativo do dia foi a forte queda de Campari (-3,3%), com volumes três vezes superiores à média na sequência das vendas realizadas na terça-feira, enquanto decorria a teleconferência. Ontem, o Goldman Sachs reiterou sua opinião de venda (preço-alvo em 5,95 de 6,10). Rbs (outperfom, de 7 para 6,80) e Kepler Chevreux (6,20 de 6,40) também baixaram a meta.

Mas foi uma sessão difícil para várias blue chips: a Pirelli caiu 2,7%. Buzzi também caiu (-2,07%).

JUVENTUS VOLTA ÀS CORRIDAS

Utilitários fracos. A Italgas vende 1,49% após concluir a compra do gás Ichnusa. A Enel também ficou no vermelho (-1,2%).

Fora do cabaz principal, é de notar o salto da Juventus (+2,43%), apesar da queda do lucro na primeira metade para 43,4 milhões e da previsão de fechar no vermelho no final do ano.

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