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Efeito Covid-19 no PIB: eis quem mais perde

Segundo estimativas da Prometeia, o PIB italiano em 2020 cairá 9,6% para voltar aos níveis pré-crise apenas em 2023 - a Itália usará apenas 70% dos recursos do Fundo de Recuperação, obtendo um crescimento adicional de 1,7% até 2023 - " É aconselhável acessar o Mes"

Efeito Covid-19 no PIB: eis quem mais perde

Voltamos aos anos 90. Este é o efeito que o Covid-19 teve na economia italiana, fazendo-a retroceder trinta anos. O ponto mais baixo foi atingido entre abril e maio, quando todo o país teve que parar devido ao bloqueio. A boa notícia, porém, é que a recuperação que vem se materializando nas últimas semanas está assumindo uma forma de "V", ou seja: o colapso é seguido por uma onda. 

Em números, de acordo com as previsões contidas no último relatório da Prometeia, esta tendência traduz-se numa -9,6% do PIB em 2020 e depois +6,2 em 2021 e em 2022 (+2,8%). A volta aos patamares pré-crise só ocorrerá em 2023. 

COVID-19: O IMPACTO SETOR POR SETOR

Há setores que conseguiram conter as perdas em 2020. Outros, por outro lado, experimentaram um verdadeiro colapso. A Prometeia inclui três setores na categoria dos “mais expostos ao contágio”. São serviços como alojamento, restauração e animação que no final do ano vão perder entre 30 a 35% do valor acrescentado.

Ao contrário, telecomunicações, serviços públicos e intermediação financeira resistirão melhor ao impacto da crise. 

Mesmo dentro da indústria, as previsões variam de setor para setor. Maglia nera vai para a indústria automotiva, que fechará 2020 com queda de 35% no valor agregado. Em vez disso, estima-se um desempenho melhor para os setores que produzem bens essenciais, como produtos farmacêuticos e alimentos. “Em 2021 – estima a Prometeia – o valor acrescentado de todos os macro-sectores regressará positivo. A indústria e a construção vão impulsionar a recuperação do PIB, que no entanto ainda ficará longe do valor pré-Covid de 1,7%”.

ITÁLIA: FUNDOS DA UE ESSENCIAIS PARA A RECUPERAÇÃO

As previsões até agora listadas só podem se concretizar na condição de a Itália fazer bom uso dos fundos disponibilizados pela União Europeia por meio do Fundo de Recuperação. No total, 2021 mil milhões de euros de recursos chegarão entre 2027 e 207. 

Segundo a Prometeia, devido às dificuldades históricas que caracterizam o país, a Itália "poderá utilizar apenas 70% (145 mil milhões) dos fundos disponibilizados, contribuindo assim para um crescimento adicional do PIB de 1,7 pontos percentuais no final de o horizonte de previsão em 2023”. 

Além disso, a associação também alerta para o provável descompasso temporal entre os compromissos de gastos e a disponibilidade de fundos da Next Generation EU no início do próximo ano. Precisamente para colmatar esta lacuna temporal “é também aconselhável aceder ao Mes, o que permitiria poupar nas despesas com juros”, lê-se no relatório.

O EFEITO DO COVID-19 NAS ECONOMIAS MUNDIAIS

Devido à pandemia de Covid-19 que atingiu o mundo, em 2020 o PIB mundial contrairá 5,9%. “Na Europa e nos Estados Unidos, a confiança das famílias e das empresas melhorou, mas o recente aumento das infeções trava o optimismo”, sublinha Prometeia.

As coisas estão melhores na China, onde a atividade já voltou aos níveis pré-crise e o PIB de 2020 fechará em +1,6%, enquanto as maiores dificuldades são registradas nos países emergentes, que enfrentam uma recessão mais profunda do que o esperado. Um exemplo acima de tudo é a Índia que viverá uma das piores recessões (-13,5%).

Nos EUA, o PIB em 2020 cairá 4,2%, abaixo da média global graças sobretudo aos estímulos fiscais e monetários que têm sustentado a demanda. Já na zona do euro, espera-se uma queda do produto interno bruto de -8%. “A próxima geração da UE terá um efeito no PIB até 2023 de +0,8 pontos percentuais, menos da metade do impacto na Itália. As economias de todos os principais países entraram em fase de recuperação desde maio, que no entanto pode ser comprometida por um ressurgimento da propagação do vírus”, conclui o relatório.

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