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Tarifas, Trump reabre a guerra e os mercados sofrem

Presidente americano levanta hipótese de adiamento do acordo comercial com a China para depois das eleições presidenciais e põe França e também Itália na mira do imposto web - Visco fala hoje na Câmara sobre taxas negativas - Unicredit e Gedi em destaque

Tarifas, Trump reabre a guerra e os mercados sofrem

A guerra comercial se inflama novamente, sob pressão de Washington. A Casa Branca, talvez para desviar a atenção do processo de impeachment do presidente, elevou a fasquia ontem: Donald Trump, falando em Londres, disse que a assinatura do primeiro acordo com Pequim, já considerada iminente, pode ser adiada para depois das eleições presidenciais de 2020 Enquanto isso, as novas tarifas sobre a China de 15 bilhões de dólares já aprovadas pelo governo, que também se prepara para atingir a França e, posteriormente, também a Itália, poderão entrar em vigor em 156 de dezembro.

CONGRESSO DE CAMPO SOBRE Uigures. FURENTE CHINA

Para aumentar a dose está o ativismo do Congresso que, quase por unanimidade (407 a favor, um contra), aprovou uma lei condenando a detenção em massa de cerca de um milhão de uigures, população muçulmana de língua turca residente em Xinjiang, vítima de discriminação e aparentemente usado como cobaia para o desenvolvimento de experimentos baseados em inteligência artificial. A reação de Pequim foi imediata, como no caso de Hong Kong. Em suma, a situação esquenta e o rali de fim de ano se afasta.

SOFRE TÓQUIO, SYDNEY -1,7%. BEM SÓ XANGAI

Fortes perdas nas bolsas asiáticas: o Nikkei de Tóquio perde 1,2%, ainda que ontem o Parlamento japonês tenha aprovado formalmente o acordo comercial alcançado com os Estados Unidos em junho. Hang Seng de Hong Kong -1,2%. A atividade econômica caiu para o menor nível em 21 anos. As maiores perdas ocorreram em Sydney (-1,7%), pressionadas pela queda dos estoques de mineração. O Kospi coreano cai 1,1%.

O Shanghai Composite caiu menos, -0,3%. Durante a noite chegaram indicações muito positivas sobre a economia chinesa: o índice PMI sobre as expectativas dos gerentes de compras de empresas manufatureiras elaborado pela Caixin subiu de 53,5 para 51,1 em novembro, muito mais do que o esperado.

Quinto dia consecutivo de queda do cruzamento dólar-iene, em 108,6. A taxa de câmbio dólar-yuan subiu para 7,07 desde as máximas do último mês e meio.

DESCENDO WALL STREET, VOLTE AOS FUNDADORES DO GOOGLE

Wall Street caiu acentuadamente ontem à noite: Dow Jones -1,01%, S&P 500 -0,66%, Nasdaq -0,55%.

“O Google não é uma empresa convencional. E não queremos que seja." Assim, em carta aos funcionários, Sergej Brin e Larry Page, os dois fundadores da gigante da nova economia, anunciaram sua saída da liderança operacional do grupo em favor do CEO Sundar Pichai. No entanto, seu compromisso com a inovação continua, testemunhado por "centenas de carros autônomos viajando pelas ruas de Phoenix".

Enquanto isso, o ouro voltou a subir, cotado esta manhã a 1.480 dólares a onça, preço que não se via há um mês.

Petróleo em alta: Brent a 61,03 dólares (+0,44%) na véspera da cimeira da Opep em Viena.

VISCO: "A TEMPORADA DOS JUROS BAIXOS ESTÁ A TERMINAR"

A Piazza Affari resistiu à ofensiva de Donald Trump, mas no final desperdiçou os ganhos do dia. Pior foi em Paris, na mira do presidente americano, determinado a fazer valer a lei do mais forte sobre o imposto na web: Washington ameaçou tarifas por 2,4 bilhões de dólares em importações de Paris.

Numa situação política delicada (desentendimentos com Trump, eleições iminentes no Reino Unido) o que importa são os reflexos sobre a política monetária e fiscal da UE. O governador Ignazio Visco, que está em audiência na Câmara nesta tarde, confirmou em entrevista ao jornal alemão Handelsblatt que a temporada de taxas ultrabaixas acabou: "Até agora têm funcionado bem, mas quanto mais tempo forem mantidas, os efeitos colaterais nocivos mais prováveis ​​se tornam. Não me sinto à vontade para recomendá-los." Em que ponto as taxas de queda estão fazendo mais mal do que bem? “Ninguém sabe – responde -. Alguns acreditam que já chegou. Receio que os custos não cobrem os benefícios. As taxas estão baixas por causa da baixa demanda, não por causa da política monetária. O BCE pode tornar as condições financeiras favoráveis, mas não influenciar diretamente a demanda.

LOCAL DE NEGÓCIO PLANO. +23% DE JANEIRO, SPREAD PARA 164

O Piazza Affari (-0,03%) parou nos níveis da véspera em 22.736 pontos, caindo pela quinta sessão consecutiva depois de ter atingido a máxima de 22.987 durante a manhã. O índice se afasta, assim, das máximas dos últimos 18 meses, alcançadas em meados de novembro em 23.820 pontos. 

O desempenho desde o início do ano do FtseMib diminuiu para cerca de +23,80%, mantendo-se, ainda que ligeiramente, como o melhor da Zona Euro. Dax de Frankfurt +23%. Apesar da correção em andamento, se 2019 terminasse nesses níveis, ainda seria o ano mais brilhante para a Piazza Affari desde 1998, que terminou com +45%. 

Frankfurt resiste (+0,18%); Londres (-1,72%) e Paris (-1,03%) afundam, na mira da ofensiva norte-americana. Madrid fraco (-0,2%) no dia da inauguração da nova assembleia parlamentar.

O BTP fecha em terreno positivo, especialmente no segmento longo, em linha com os eurobonds com rendimentos em queda após os comentários de Donald Trump sobre o comércio. No fechamento, o spread situou-se em 164 pontos base ante 162 ontem, após máxima acima de 169. A taxa de 1,29 anos está na faixa de 1,35%, após fechar em XNUMX% na sessão anterior.

UNICREDIT, 8 BILHÕES DE ACIONISTAS ATÉ 2023

O grande protagonista da sessão foi o Unicredit (-0,45%) após a apresentação do plano 2020-2023, em linha com as expectativas, que apostam na devolução do capital aos accionistas, também através de recompras, e na redução de custos também através de milhares de despedimentos. “É um massacre social” é a manchete desta manhã Les Echos. "O plano está sem novidades concretas sobre as metas, mas com uma distribuição global de caixa melhor do que o esperado", resume Equita: o grupo espera atingir 2023% de exposição a empréstimos inadimplentes (NPE) em 3,8: naquele ano o custo de o risco deve ser de 40 pontos base e o lucro líquido ajustado de 5 bilhões. No período 2018-2023, espera-se que as receitas permaneçam praticamente inalteradas, com crescimento médio anual de +0,8%, para € 19,3 bilhões. Retorno sobre ativos tangíveis esperado de 8%, ou mais, ao longo da vida do plano. A Unicredit distribuirá oito bilhões de euros aos acionistas no período 2020-2023: seis bilhões de euros por meio de dividendos e dois bilhões como recompra de ações.

Intesa Sanpaolo -0,6%. Ubi -1,9%.

GEDI DO GUINNESS OF RECORDS: +60%, CIR PARA BAIXO (-7%)

No sector editorial, a subida estelar da Gedi, de 60,21%, para 0,45 euros, substancialmente em linha com o preço de 0,46 euros acordado para a venda à Exor (+0,7%) da participação na Cir (-7,8% após o rali na véspera). Ao final da operação, será lançada uma oferta pública de aquisição das ações remanescentes da Gedi. Os analistas da Banca Imi destacam que o preço pago pela Exor, apesar de representar um prémio superior a 60% no fecho de sexta-feira, é significativamente inferior ao valor contabilístico da Cir (1,2 euros por ação), que por isso regista uma perda de capital de cerca de 170 milhões.

Fraca Mediaset (-1%) aguarda audiência de 6 de dezembro sobre o recurso cautelar da Vivendi e Simon Fiduciaria contra o projeto de fusão da Mediaset e Mediaset Espana na holding holandesa MediaforEurope.

GOLDMAN SACHS DÁ NOVA CARGA À FERRARI

Destaques Ferrari (+1,96%), perto dos máximos históricos depois de o Goldman Sachs ter confirmado a recomendação de “Compra” das ações e ter elevado o preço alvo a doze meses para 170 euros.

Autogrill ruim, deixando 3,16% no chão, enquanto A2A é positivo (+0,5%). A concessionária anunciou a compra de 1 GW de projetos solares da chinesa Talesun.

Também em recuperação estão as outras concessionárias mais afetadas recentemente, como Enel (+1,09%) e Italgas (+1,6%).

UNIPOL PAGA REFORMA DO TPL DO VEÍCULO

A Unipol (-0,5%) fechou meio ponto abaixo, eliminando os ganhos da manhã. Do decreto fiscal vem um revolução para o segmento TPL. Com emenda introduzida graças ao aval da Comissão de Finanças da Câmara, será possível se beneficiar da menor faixa de seguro entre todos os veículos da unidade familiar. Para as famílias italianas, a provisão é um “respiro no braço”, como definiram os deputados do Movimento Cinco Estrelas, mas pode ter repercussões negativas para as seguradoras. 

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