comparatilhe

Brasil, corte iminente de juros e dólar em queda fazem a bolsa voar

A receita de Lula começa a dar frutos: após um início de ano difícil, no segundo trimestre o presidente conteve a inflação e está convencendo o mercado financeiro, que agora aposta em um crescimento mais robusto. Índice Bovespa +16% desde janeiro

Brasil, corte iminente de juros e dólar em queda fazem a bolsa voar

É um período de sorte para as bolsas de valores sul-americanas. enquanto oíndice de Merval de Buenos Aires continua seu rali (+22% nos últimos 30 dias), apesar de uma inflação paralela que está destruindo a economia real e o poder de compra das famílias, no primeiro semestre deste ano vale a pena mencionar também a exploração da Bolsa de Valores da primeira economia da região, ou seja, aíndice Bovespa de São Paulo. A Bolsa brasileira acaba de fechar seu segundo melhor trimestre desde 2020, com alta percentual de 16% entre abril e junho (+7,6% de janeiro a junho), graças sobretudo à já iminente perspectiva de um redução das taxas de juros e dólar que registrou a maior queda semestral desde 2016, perdendo quase dez pontos percentuais desde o início do ano. Atualmente a moeda americana é comprada a 4,8 reais, o que significa que está de fato voltando aos níveis pré-pandêmicos, embora o corte de juros ainda não tenha ocorrido de fato, mas os mercados estão esperando por isso e, de fato, o presidente Lula afirma que o Banco Central está atrasando o movimento.

Brasil em recuperação: a receita de Lula começa a dar frutos

De fato, Lula, reeleito em novembro de 2022 para um terceiro mandato, tem pressa em faturar, mostrando que o país está mudando rapidamente de registro após os anos difíceis de Bolsonaro. Se o dólar está caindo justamente porque as perspectivas de crescimento da economia brasileira neste ano foram revisadas para cima nos últimos meses, atraindo capitais estrangeiros e consequentemente valorizando a moeda local, o real. Lá lula receita já está dando frutos: no primeiro trimestre deste ano PIB cresceu 1,9%, um valor significativamente superior às previsões do mercado, por exemplo o da Bloomberg que se fixou em 1,3%. Agora a previsão de crescimento para todo o ano de 2023 também foi revistas ascendentes em torno de 2,2%, após 2022 fechou em 2,9% mas com perspectivas inicialmente mais fracas para o ano corrente.

Soja e trigo impulsionam economia do Brasil e inflação cai

Acima de tudo, o agronegócio está sustentando a economia brasileira este ano, graças ao aumento do preço das matérias-primas e às mudanças climáticas que, por exemplo, estão colocando em dificuldade outro grande exportador de commodities como a Argentina, atingida por uma seca sem precedentes. No Brasil, ao contrário, a arrecadação de soja, trigo e outros produtos devem bater recordes e já no primeiro trimestre deste ano o PIB do setor agroalimentar cresceu 21,6%, um recorde desde 1996.

O verdadeiro milagre, no entanto, é o deinflação. Enquanto, por exemplo, a Argentina atingiu a máxima histórica em maio com +114%, sem contar a Venezuela, no Brasil o índice de preços ao consumidor em maio aumentou apenas 0,5% na comparação mensal, a menor desde 2021, e 4,07 % em termos homólogos, o melhor resultado desde outubro de 2020. Ambos os valores eram esperados em alta e a tendência deflacionária está a consolidar-se, ao ponto de projeção de inflação em 2023 agora é de 5,6%, ante 5,12% divulgados na semana passada.

O Conselho Monetário Nacional chegou a definir ometa de 3,25% em 2023 e 3% nos dois anos seguintes, para atender às expectativas do mercado e facilitar o corte dos juros, que deve ocorrer já em agosto, facilitando o crédito para as empresas brasileiras. Neste cenário a Bolsa de Valores de São Paulo continua a subir (só nos últimos 30 dias ganhou quase 6%), também impulsionado pelo reconhecimento internacional: recentemente a S&P confirmou a nota B para o Brasil, porém melhorando a perspectiva de estável para positiva, o que deu fôlego principalmente aos bancos de ações (Santander , Bradesco, Banco do Brasil, Itaú) e a gigante Petrobras. 

Comente