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China: não só uma fábrica, mas também um mercado. Unicredit: a grande oportunidade para as exportações italianas

“Destination China 2011”, a conferência promovida pela Unicredit, traz à tona a nova tendência da economia chinesa, não mais apenas produção e exportação, mas agora um plano quinquenal para aumentar o consumo e as importações. Uma oportunidade imperdível para as exportações italianas, que até agora se destacam apenas na moda, mas ocupam o 21º lugar no ranking mundial em relação à China

China: não só uma fábrica, mas também um mercado. Unicredit: a grande oportunidade para as exportações italianas

Ele também esteve presente Simone Zhou, diretora do banco Unicredit de Xangai, na conferência "Destination China 2011", promovido pelo grupo bancário italiano, que decorreu em Milão no Palazzo delle Stelline. Simone Zhou é uma das poucas chinesas em toda a Xangai, mais de 18 milhões de habitantes, que fala italiano. De forma muito fluente, entre outras coisas, explicando os investimentos da Unicredit na China, em apoio às empresas italianas presentes na região.

Sim porque O italiano não será falado em Xangai, mas o Made in Italy falar de fato. Nos últimos 5 anos, nossas empresas com sede na China quase quadruplicaram: de 230 em 2006 para 900 este ano. São empresas que atuam principalmente no setor mecânico, na indústria de precisão e no setor químico-farmacêutico.

Além disso, segundo dados do ICE, não se trata mais de empresas, como no início, que se estabelecem no mercado asiático por meio de joint ventures, mas empresas 100% italianas, com capital e investimentos da Itália. Até agora, mais da metade se enquadra nessa categoria, enquanto apenas 12% permanecem vinculados à figura do joint venture.

Mas outra grande mudança está marcando a relação entre nossa indústria e a China a partir deste ano: o gigante asiático, a segunda maior economia do mundo, deixou de ser apenas uma "fábrica" ​​para se tornar também um "mercado" dos nossos produtos. É o que explica, entre outros, Danilo Mazzara, gerente da Accenture, empresa internacional de consultoria em gestão e serviços tecnológicos.

"O O novo plano quinquenal do governo de Pequim – explica Mazzara ao Firstonline – as características da economia chinesa estão mudando. Até agora, vivia das exportações, com muitas empresas estrangeiras (inclusive italianas) produzindo produtos de baixo custo na China e depois vendendo para o mundo todo. Agora, porém, o país asiático quer reequilibrar seu sistema econômico e focar na demanda interna, ou melhor, no consumo”.

“Atualmente – continua Mazzara – apenas 34% do PIB da China vem do consumo: muito pouco para um país tão populoso e industrializado. A média mundial é de 61%, enquanto nos EUA, nação consumidora por excelência, é superior a 70%. A meta para os próximos cinco anos é mais que dobrar as importações, criando um sistema econômico que beneficie a classe média, aumentando as necessidades e o consumo interno”.

O aumento das importações, em um mercado potencial de 1 bilhão de pessoas, é uma grande oportunidade para as exportações italianas. Atualmente, nosso país ainda não desempenha um papel importante nas relações comerciais com Pequim: em 2010 era apenas 21º no ranking, por um valor de bens exportados de apenas 14 bilhões de dólares, ficando atrás até mesmo das Filipinas (16 bilhões), Chile (18) e Angola (23).

A primeira posição desse ranking é ocupada pelos vizinhos do Japão, que exportam para a China por 176 bilhões de dólares. Os Estados Unidos estão em quarto lugar com pouco mais de 100 bilhões à frente da Alemanha com 74, o primeiro país europeu. Antes de nós, como estado da UE, há também a França, que ocupa a 18ª posição.

A Itália, portanto, não aproveita ao máximo a excelência do Made in Italy, sobretudo no setor de Alimentos, onde a França nos supera com 329 milhões de dólares de mercadorias vendidas contra nossos 88. Até a Alemanha (líder europeu de exportação) se sai melhor do que nós com 170 milhões de dólares. Só há um setor em que nossas exportações brilham e é o de vestuário, calçados e acessórios de moda: 346 milhões de dólares em 2010, primeiro no mundo, 3,5 vezes mais do que exportado pela Alemanha e até 4,5 vezes pela França.

Uma oportunidade a não perder, portanto, partindo do primado da moda e tentando ganhar terreno numa frente que tem muito a melhorar, como é a alimentação. Sim, por quê o feito na Itália na China realmente gosta. Isso é demonstrado, entre outros, pelos dados sobre o crescimento das compras chinesas na Itália no último ano. Do total de gastos "isentos de impostos" feitos na Europa, a Itália absorveu 17%, ficando atrás apenas da França e da Inglaterra.

Não só isso: entre os estrangeiros presentes em nosso país, Os turistas chineses registaram o maior crescimento, com um aumento de 90% no volume de compras e uma despesa per capita de 869 euros, a mais alta entre os estrangeiros, ainda melhor que a dos russos e americanos (713 e 782 euros). Mas é também o próprio fluxo turístico que dobrou em 2010. O cônsul italiano em Xangai, Vincenzo De Luca explica: “Os vistos que concedemos em 2010 para a Itália aumentaram 100%: tornámo-nos o primeiro destino europeu de turismo individual, e somos o segundo, muito próximo da França, em turismo de grupo. E isso apesar do fato de que a linha Paris-Xangai tem 21 voos semanais, enquanto de Roma e Milão são apenas 9".

A China está cada vez mais perto, então. Não apenas um destino de produção, mas agora também um destino de mercado. Assim o entendeu a Unicredit, promotora deste encontro, que opera na China há 30 anos, nas três grandes cidades: Pequim, Xangai e Guanghzou (Cantão). A Unicredit não se limita à vertente bancária, mas estende a sua atividade à consultoria de empresas italianas e chinesas nas várias componentes da iniciativa empresarial: desde a disponibilização do conhecimento do território e do mercado, até a coordenação de investimentos evitando atrasos e perdas econômicas. Tudo bilateralmente: para as nossas empresas que querem se mudar para a China, e para as chinesas que querem experimentar a aventura europeia.

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