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Catalunha, Fed e petróleo animam as bolsas

Tensão catalã enfraquece o euro - Petróleo acima de 60 dólares - Fed: o favorito é o pombo Powell - Taxas japonesas se mantêm, taxas britânicas sobem - Leilão Btp hoje após promoção de rating - Mediobanca: fundos mais fortes que o Pacto - Al o aumento do Sole 24 O minério acabou, mas a continuidade dos negócios não está garantida

Catalunha, Fed e petróleo animam as bolsas

Catalunha, Fed e petróleo estão no centro das atenções neste início de semana. As bolsas asiáticas movimentaram-se pouco, mas as ações dos fornecedores da Apple subiram em Taiwan. A Bolsa Japonesa caiu ligeiramente após +1,4% da semana passada: índice Nikkei -0,2%. Os mercados chineses também foram fracos: o índice CSI300 das listas de Xangai e Shenzen -0,4%. Hong Kong ganha 0,1%. A Coreia do Sul (índice Kospi +0,2%) e a Índia (índice BSE Sensex +0,4%) aumentaram:

As energias também vão bem: o crude mantém-se acima dos sessenta dólares esta manhã (Brent a 60,40 dólares, Wti a 53.95). A Arábia Saudita está pressionando os produtores para estender os cortes de produção além de março.

BARCELONA PARADA APÓS O PROCESSO UNIONISTA

O euro ainda está fraco. A moeda única caiu para 1,1613 em relação ao dólar, a menor desde julho, enquanto se aguarda a evolução da crise catalã. Ontem os sindicalistas (de 300 a 1,3 milhão de pessoas, segundo estimativas) marcharam pelas ruas de Barcelona em favor da unidade nacional. A tensão promete durar pelo menos até as eleições regionais de 22 de dezembro em um clima surreal.

O governo catalão, deposto, não tomou medidas substanciais para impor a independência. Por parte de Madri, nas últimas 48 horas, não houve ações diretas, exceto a destituição do chefe da polícia regional. Esta manhã, muitos funcionários catalães terão que decidir a quem serão leais: à Generalitat catalã ou ao Estado central. Em tudo isto, às nove horas, são publicados os dados do PIB espanhol do terceiro trimestre.

FED, FAVORITO É POWELL

Por outro lado, tanto os bons dados do produto interno bruto, divulgados na sexta-feira, quanto a espera pela nomeação do novo presidente do Fed, decisão mais importante para os mercados financeiros, jogam a favor do dólar.

O favorito, segundo o The Wall Street Journal, é o pombo Jerome Powell. A decisão deve ser tomada pelo presidente antes de partir para sua viagem de onze dias à Ásia, na qual visitará Japão, Coreia do Sul, China, Filipinas e Vietnã. Enquanto isso, Janet Yellen retirou-se da coletiva de imprensa após a reunião do conselho desta semana. No entanto, os conselheiros terão que avaliar o vigor da recuperação da economia americana: após a confirmação da alta do Produto Interno Bruto para 3% no terceiro trimestre, os dados de emprego devem sinalizar 300 mil contratações no mês de novembro, bem como um significativo aumento salarial. Entre os dados que chegam hoje também estão os rendimentos das famílias e os gastos do consumidor em setembro.

TAXAS JAPONESAS AINDA, TAXAS BRITÂNICAS SUBEM

A reunião do conselho do Banco do Japão também será realizada amanhã e quarta-feira, seguida de uma coletiva de imprensa do governador Haruhiko Kuroda. Espera-se a confirmação da política de juros negativos diante da nova onda da Abenomics. Igualmente óbvia é a reeleição de Kuroda, cujo primeiro mandato termina em abril.

A reunião do Banco da Inglaterra deverá ser bem mais movimentada, que terá que decidir se eleva as taxas da libra dos atuais 0,25 para 0,50% após dez anos. Há seis conselheiros a favor do aumento, três contra.

Confirmada a política acomodatícia seguida por Mario Draghi (e recebidas as já habituais críticas de Jens Weidman, governador do Bundesbank), o BCE prepara-se para lidar com as possíveis repercussões da crise espanhola sobre o euro. Os dados de sentimento econômico para a zona do euro são divulgados hoje. Amanhã a Bolsa de Valores de Frankfurt estará fechada para feriados.

HOJE O LEILÃO BTP APÓS A PROMOÇÃO DO RATING

Pela primeira vez, as boas notícias vêm da Itália. A S&P elevou sua classificação para BBB de BBB- na noite de sexta-feira, citando a melhora geral da economia e dos bancos em particular. Neste contexto, realiza-se esta noite o leilão do Tesouro sobre CcTeu e BTp a 5 e 10 anos, num montante até 7,5 mil milhões.

Espera-se a intervenção de Ignazio Visco que falará na terça-feira no Savings Day, após sua reconfirmação como governador do Banco da Itália e as polêmicas que antecederam sua nomeação. Na frente macro, os dados de inflação e desemprego também devem ser divulgados durante a semana.

GOLDMAN SACHS: 75 BILHÕES DE COMPRA DE VOLTA COM IMPOSTOS LEVES

Wall Street recupera após o rali tecnológico de sexta-feira (Nasdaq +1,5%). Desde o início de 2017, o índice S&P ganhou 14,4%. Alguns observadores estão preocupados com o crescimento da relação P/L, que chegou a 22,6 vezes contra uma média histórica de 19,5. Mas a expectativa da reforma tributária de Donald Trump favorece uma retomada no final do ano. Os analistas estão a rever as contas à luz da redução do imposto sobre as sociedades de 20% para 35%. Segundo o Goldman Sachs, a reforma deve levar a um aumento de 12% nos lucros das empresas, ou 156 bilhões de dólares, liberando 75 bilhões de dólares para operações de recompra de ações.

AS CONTAS DA APPLE ESTÃO CHEGANDO. A APOSTA É O IPHONE X

Neste quadro continua o desfile do trimestral. Acima de tudo da Apple, +3,6% na sexta-feira. O mercado aguarda notícias sobre as vendas do i Phone X, após o início das entregas na sexta-feira, 27. Segundo rumores, a Apple tem apenas 2 a 3 milhões de peças em estoque para atender o mercado nos próximos dias. Segundo o Nikkei Times, a Apple distribuirá apenas 20 milhões de unidades ao mercado até o final do ano, muito menos do que o solicitado.

Depois dos desempenhos recordes da Alphabet e da Amazon, as expectativas para as contas do Facebook também aumentam. Entre os relatórios trimestrais que chegam durante a semana, estão também os da Pfizer, Kraft Heinz, Ralph Lauren, Aig, Starbucks, Yum Brands e Procter & Gamble.

NA PIAZZA AFFARI AS CONTAS DA FERRARI E TENARIS

Na frente trimestral, a Terni Energia deve ser reportada hoje. Amanhã será a vez da CNH Industrial e Ansaldo Sts. As contas da Tenaris chegarão na quarta-feira (no mesmo horário da BP, seguida no dia seguinte pela Shell) e na quinta-feira será a vez da Ferrari e da Ei Towers.

SOLE 24 ORE, 80 PÁGINAS DEDICADAS AOS RISCOS NO PROSPECTO

Hoje será o início do aumento de capital da Il Sole 24 ore. No prospecto existem 80 páginas dedicadas aos “fatores de risco associados à operação (montante de 50 milhões). Riscos associados à dívida financeira do grupo, por incumprimento do plano, riscos de vendas, dividendos e não celebração de acordos com bancos. Os auditores destacam ainda “a existência de fatores de incerteza significativos que suscitam dúvidas significativas sobre a capacidade do grupo continuar a operar com base no pressuposto da continuidade dos negócios”.

MEDIOBANCA, OS FUNDOS MAIS FORTES DO PACTO

Entre as ações a seguir hoje Mediobanca após a assembleia de acionistas de sábado em que as ações dos investidores institucionais superaram o pacto pela primeira vez (29,6% contra 28,6%). Em resposta aos accionistas, Alberto Nagel reiterou a intenção de vender uma parte da sua participação na Generali, ainda mais do que os esperados 3%, face a oportunidades de reinvestir os lucros "em actividades que criem valor". A transferência pode ocorrer por meio de uma colocação no mercado ou privadamente. “Há um ano havia uma necessidade de vender do ponto de vista do capital. Já não existe mas há sempre oportunidade para o fazer”, disse Nagel, não excluindo a hipótese da transferência da participação num veículo a partilhar com outros investidores, em que a Piazzetta Cuccia teria 51%.

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