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Bolsas de valores, síndrome eleitoral em toda a Europa

A blitz de Theresa May para eleições antecipadas na Grã-Bretanha desloca os mercados e Goldman Sachs arrasta Wall Street para o vermelho – Avanços do Atlantia para o Abertis – Juve voa (+15,8%) também graças ao Milan chinês

Bolsas de valores, síndrome eleitoral em toda a Europa

As férias da Páscoa ficaram para trás, mas as surpresas não. Theresa May cuidou de deslocar os mercados. O primeiro-ministro britânico, que há um mês havia desmentido a hipótese de eleições antecipadas, anunciou ontem a convocação às urnas para 8 de junho, com o objetivo de garantir o pleno apoio do país face às negociações do Brexit. Mais um motivo para convencer as Bolsas de Valores, já pressionadas pelo iminente duelo eleitoral francês, a proceder com a máxima cautela.

Enquanto isso, dos relatórios trimestrais dos EUA, Goldman Sachs na liderança, emerge que o efeito Trump, o propulsor dos recentes aumentos, tem sido muito menos forte do que se gostaria de acreditar. Enquanto isso, a perspectiva de lançar a reforma tributária dentro de meses está se esvaindo. Em suma, às vésperas das reuniões do Fundo Monetário em Washington, cresce a confusão nos céus das finanças. Mas Silvio Berlusconi tem motivos para comemorar: a Agcom aceitou o recurso contra a Vivendi, que terá 12 meses para vender sua participação na Mediaset.

ESTÁ VOANDO, JAPÃO NOVAMENTE ABAIXO DE ZERO

As tensões internacionais, especialmente no Mar do Japão, contribuíram para empurrar o capital para portos seguros na Ásia. Pressionado pelas compras, o título japonês de 0,04 anos voltou a cair em território negativo (-XNUMX%) pela primeira vez desde a eleição de Trump em novembro.

Grande turbulência entre moedas. A libra subiu esta manhã para 2,2% em relação ao dólar, também recuando em relação ao euro, negociado a 1,0731. Os preços dos títulos T também estão em alta: o rendimento dos EUA de 2,17 anos caiu para 2,629% desde o pico de XNUMX no final de março.

As listas asiáticas estão em baixa, a partir de Xangai (-0,5%). O mercado japonês apresentou pouca movimentação, com o índice Nikkei subindo 0,1%. Seul -0,3%, Mumbai -0,2%.

GOLDMAN SACHS (-4,7%) DRAG WALL STREET EM VERMELHO

A forte queda da Goldman Sachs (-4,7%) e da Johnson & Johnson (-3,10%) após a publicação das contas afetou particularmente o índice Dow Jones, que fechou em baixa de 0,55%. As perdas do S&P 500 (-0,29%) e do Nasdaq (-0,12%) foram menos acentuadas.

O Goldman Sachs fechou o trimestre com o dobro do lucro de um ano atrás (2,26 bilhões contra US$ 1,14), mas o lucro por ação de US$ 5,15 está abaixo da média das previsões dos analistas, que indicavam US$ 5,34. A decepção vem do resultado obtido pela negociação de títulos e outros instrumentos de renda fixa, que somou 1,69 bilhão de dólares, apenas 1% a mais do que no primeiro trimestre de 2016. Analistas esperavam pelo menos 2 bilhões.

Os petróleos também estão em desaceleração, pressionados pelos preços do petróleo bruto: o Brent cai para 54,73 dólares o barril, o Wti para 52,29. Em maio, de acordo com as previsões, a produção de óleo de xisto dos EUA aumentará para uma alta de dois anos. Na Piazza Affari, a Eni cai 2%, Saipem -2,5%, Tenaris -3,4%.

O MILAN PERDE 1,6%. LONDRES PARA BAIXO 2,5%

Primeiro, o aumento da tensão na França, depois a surpresa das eleições antecipadas no Reino Unido. As bolsas europeias, perante a perspectiva de três eleições decisivas em menos de seis meses (França, Grã-Bretanha e Alemanha), sentem o aperto.

A Bolsa de Milão encerrou uma sessão conduzida quase inteiramente na tendência de baixa, em linha com os demais mercados europeus. O índice Ftse Mib perdeu 1,67%, para 19.442 pontos. Frankfurt perdeu 0,9%, Paris 1,5% e Londres, perturbada pelo efeito das eleições antecipadas, foi a pior bolsa da Europa com uma queda de quase 2,5%. A libra também se fortalece em relação ao euro: cruza 0,8353, o menor nível desde meados de dezembro.

“A Grã-Bretanha precisará de estabilidade durante a fase de negociação do Brexit”, disse Theresa May ao anunciar eleições antecipadas em junho. A Bolsa de Istambul ganha 0,9% e a lira turca sobe depois da vitória, ainda que estreita, do Presidente Erdogan no referendo sobre a reforma constitucional: a cotação lira/dólar sobe para 3,673 (+0,7%).

O FMI REJEITA A RECUPERAÇÃO ITALIANA

A economia italiana não recomeça. Depois dos 0,9% com que terminou 2016, este ano corre-se o risco de abrandamento em vez da modesta recuperação em que aposta o Governo, com um novo biénio abaixo de 1% mas sobretudo a metade da velocidade face ao média da zona do euro. Estas são as últimas estimativas do Fundo Monetário Internacional contidas no relatório semestral "World economic Outlook", onde a previsão para o produto interno bruto nacional pára em 0,8% tanto para este ano como para o próximo.

Os 30 mil milhões de manobra correctiva necessários para levar o défice estrutural a um ligeiro excedente em 2019 tornam "difícil apoiar o desenvolvimento do país", alertou ontem o Centro de Estudos da Confindustria, sublinhando que o atraso no desenvolvimento acumulado antes e durante a crise por parte da Itália face para os seus principais parceiros europeus ascende, em termos de PIB per capita, a 21,6% face à Alemanha.

Sessão com volumes reduzidos para títulos públicos. A diferença Btp/Bund diminuiu para 207 pontos contra 212 no fim de semana. O prazo de 2,261 anos fechou em 0,18%. O Bund de XNUMX anos rende XNUMX%.

AGCOM PARA VIVENDI: VOCÊ TEM QUE VENDER. HOJE O MEDIASET BOD

Tanto a Telecom Italia (-2,6%) quanto a Mediaset (-3,9%) caíram enquanto aguardavam o veredicto da AgCom, que chegou à noite. A Autoridade, após longa discussão, decidiu conceder à Vivendi 12 meses para remover a violação da lei italiana que ocorreu devido à sua dupla participação, na Telecom Italia e na empresa Alfa. Nesse momento, ele tem 60 dias para apresentar um “plano específico visando detalhar os métodos de cumprimento”, mediante notificação do fiador. Caso a Vivendi descumprisse as disposições do AgCom, correria o risco de uma multa administrativa entre 2% e 5% do faturamento (que em 2016 foi de 10,8 bilhões), portanto, de até 500 milhões. 

Portanto, o declínio do grupo transalpino em Mediaset está se aproximando abaixo de 10%, mas Vincent Bolloré pretende lutar. Já no final da noite, foi emitida uma nota em que a Vivendi "se reserva o direito de tomar qualquer iniciativa oportuna em todos os escritórios competentes contra a decisão tomada pela AgCom para proteger seus interesses, inclusive interpondo recurso ao TAR e reclamação ao Comissão Europeia para denunciar a violação dos princípios fundamentais do direito da UE. A reunião do conselho da Mediaset sobre os resultados orçamentários está marcada para hoje.

JUVENTUS VOA (+15,8%) TAMBÉM GRAÇAS AO MILAN CHINÊS

A boa notícia consolou Silvio Berlusconi após a recente venda do Milan, que de qualquer forma foi realizada em excelentes condições (720 milhões, se considerarmos também as dívidas assumidas pelos compradores chineses). A ação da Juventus se beneficiou indiretamente, +15,79% ontem. A avaliação do clube da Juventus, às vésperas do jogo de volta das quartas de final da Liga dos Campeões, em Barcelona, ​​está em alta devido às compras de investidores que atualizam o preço com base nos preços de transferência do Milan. No mês passado, as ações da Juventus atingiram uma valorização de 655,05 milhões, graças a um desempenho de 47%. Nos últimos três meses o aumento foi de 107%.

AVANÇOS DE ATLANTIA PARA ABERTIS. HISTÓRIA REPETIDA

Um dia de campo também para a Atlantia: -3,8%, pouco acima dos 23 euros, depois de uma nota do espanhol Abertis, que disparou 6,6%, noticiada a pedido da autoridade do mercado ibérico, sinalizando que “a Atlantia manifestou o seu interesse em explorando uma possível operação corporativa”. Por seu turno, a empresa italiana esclareceu em nota que tinha manifestado à Abertis o seu "interesse genérico e preliminar na avaliação de projectos conjuntos", realçando no entanto que "não foi assumido qualquer compromisso nem foi discutida ou levada ao conhecimento da pessoas colectivas” do grupo espanhol.

A hipótese mais popular é a de uma aliança financeira entre o grupo italiano (19,1 mil milhões de capitalização) e o espanhol (16,4 mil milhões) já protagonistas de uma tentativa anterior de fusão há cerca de dez anos. Mas na época a "Operação Gaúcho" previa que a liderança fosse espanhola. Desta vez, o roteiro é reproduzido em partes invertidas. A incerteza quanto ao futuro das concessões rodoviárias em Espanha pode levar os principais accionistas da Abertis (Caixa com 24%, família Godia com 7%, Capital Research com 10%, Lazard com 3% e Blackrock com 2,5%, XNUMX%) a acolher um oferta amigável.

BANCOS FRACOS, NOVOS CONTRATOS PARA FINCANTIERI

O índice bancário italiano perde 1,2%. A Unicredit defende-se bem, limitando a perda a -0,3%. Intesa (-2%), Bper Banca (-1,9%) e Banco Bpm (-2,5%) estão em pior situação. Entre as seguradoras, Generali -1,2%, Unipol -2,4%.

Todas as ações industriais fecharam o dia em baixa, com exceção da Leonardo que subiu 3,1%. Stm perde 2,8%, Fiat Chrysler -1,4%, Cnh Industrial -2,7%, Buzzi -2,2%. A Fincantieri (+2,3%) assinou um memorando de acordo com a Viking Ocean Cruises para a construção de dois navios de cruzeiro adicionais, com opção para outros dois. Entre as concessionárias, a Enel caiu 1,9%, A2A -1,6%.

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