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Bolsa: Mediobanca corre nas asas do dividendo

A próxima nomeação, a 29 de setembro, diz respeito às nomeações - Nessa data o Pacto indicará a lista para a renovação da direção que, segundo algumas fontes noticiam às agências de imprensa, poderá ser reduzida dos atuais vinte membros para 18 A hipótese de uma vice-presidente mulher também é ampla.

Bolsa: Mediobanca corre nas asas do dividendo

Mediobanca nos escudos da Bolsa após a empresa anunciar a volta ao dividendo. A ação subiu 3% no dia da divulgação das contas (que fecha em junho): o banco registrou lucro de 465 milhões contra prejuízos de 176 milhões no ano anterior e decidiu pagar um dividendo de 0,15 euros por ação (27 % pay-out) após o resultado negativo de 2013 ter levado, em cumprimento às recomendações do Banco da Itália, a não distribuir cupons aos acionistas. Em 2012 o dividendo foi de 0,05 cêntimos (correspondendo em qualquer caso a 52% do pay out). As receitas totalizaram 1.819 milhões, um aumento de 12% e acima das expectativas.

Estes são os melhores resultados desde 2008, como destacou o CEO Alberto Nagel em entrevista a analistas. No entanto, Nagel disse que não estava satisfeito com a lucratividade geral do banco. “Ainda não estamos totalmente satisfeitos com a nossa rentabilidade – explicou – Há luzes e sombras, temos de nos concentrar nas sombras. Precisamos aumentar o retorno sobre o capital no CIB (corporate and investment banking, ed) melhorar o retorno do varejo”.

No exercício encerrado em junho de 2014, o Mediobanca registrou um lucro operacional de 17% para 1.0278 milhões e uma margem de juros de 6% para 1.087 milhões, enquanto as taxas e comissões cresceram 3% para 424 milhões. A contribuição da Assicurazioni Generali (da qual o Mediobanca detém 13,2%) passou de 17 para 261 milhões. Na banca de empresas e de investimento (CIB), a componente não doméstica das receitas passou de 31% para 48% face a uma meta de 45% definida no plano de 2016.

A CONTRIBUIÇÃO DE CESSÃO
RUMO À SAÍDA DA RCA E TELCO ATÉ JUNHO DE 2015

O lucro reflete o aumento de 11,7% das receitas (de 1,62 mil milhões para 1,81) e o contributo positivo da carteira de títulos (211,9 milhões, resultante do saldo entre ganhos de alienações e write-downs). Mediobanca vendeu participações por 840 milhões durante o exercício 2013-2014, com mais-valias de 240 milhões. As alienações já ultrapassaram assim metade dos 1,6 mil milhões de desinvestimentos previstos no plano Mediobanca para 2016. Em detalhe, o banco eliminou as participações no capital da Gemina (206 milhões, com proveitos de 70 milhões), Saks (55 milhões, com proveitos de 29 milhões), Intesa Sanpaolo (60 milhões, com lucros de 3 milhões) e Caixas Unicredit (148 milhões com lucros de 42,8 milhões). 

Finalmente, a venda de 24 milhões de ações da RCS teve um impacto positivo de 8 milhões. Segundo fontes próximas da administração, o Mediobanca pretende sair completamente da RCS e da Telco até ao final do corrente ano, ou seja, junho de 2015. Estas mais-valias compensaram o aumento dos ajustamentos de empréstimos que passaram de 736 (+506,5%) para 45,3 milhões : 231 milhões de euros relativos à banca de empresas e privados (+90,1%), 473,2 milhões de euros à banca de retalho e consumo (+31,4%) e 32,8 milhões de euros ao leasing (+29,6%).

600 MILHÕES A PARTIR DE AMANHÃ

Amanhã o BCE vai iniciar o programa de empréstimos bonificados aos bancos condicionados, porém, à emissão de crédito. "Vamos levar menos de 1 bilhão em termos de valor total", antecipou Nagel falando de 600 milhões de euros na primeira tranche de amanhã. Na segunda operação, em Dezembro, o instituto pode mesmo chegar aos mil milhões, acrescentou, se o crédito ao consumo da Compass também for incluído entre os activos com base nos quais é possível participar na operação.

Nagel confirmou que o banco vai continuar com a estratégia iniciada: “Vamos intensificar novos empréstimos – disse – vamos otimizar o funding e a tesouraria”. Para Chebanca! o foco será na economia e a Compass fará uso de acordos de distribuição. Outras ações da carteira de títulos disponíveis para venda (Afs) também serão vendidas.

No nível de capital, o índice de ações ordinárias de nível 1 na base sobe para 11,1%, de 10,3% no final de março (com base nos critérios de Basileia 3 até o momento, ou inclusão progressiva). Tendo aplicado todos os critérios de Basileia 3 no final da fase de transição para 2018, o índice de capital cet1 (totalmente faseado) é de 12,5% (de 10,9% em março).

UMA MULHER RUMO À VICE-PRESIDÊNCIA
RUMO À RENOVAÇÃO DO CORPO AOS 18

A próxima nomeação, a 29 de setembro, diz respeito às nomeações. Nessa data, o Pacto indicará a lista para a renovação da diretoria que, segundo informaram algumas fontes à imprensa, poderá ser reduzida dos atuais vinte membros para 18. A hipótese de uma vice-presidente mulher cujo nome deveria também ser indicado pelo primeiro acionista da Unicredit (8,7% do capital). O outro vice-presidente deve ser proposto pelo segundo acionista Vincent Bolloré. 

Apostamos na confirmação de Marco Tronchetti Provera como vice-presidente. Fala-se também em um rodízio entre os gerentes internos do banco representados no conselho, pelo menos cinco. Se parece não haver dúvidas sobre a confirmação de Alberto Nagel, do presidente Renato Pagliaro e do gerente geral Francesco Saverio Vinci, a nova entrada pode ser representada por Alexandra Young, chefe de recursos humanos. A caixa da Fininvest ainda precisa ser preenchida, após a renúncia de Pier Silvio Berlusconi por incompatibilidade. Dos 18 integrantes, 17 virão da lista do Pacto. E um vereador, como já é hoje, será uma expressão de minorias.

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