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Bienal de Veneza, 10 dias de teatro

No 42º Festival Internacional de Teatro da Bienal de Veneza dirigido por Alex Rigola, serão dez dias de espetáculos com alguns dos mais belos nomes do cenário internacional. Com Ute Lemper, herdeira do teatro expressionista de Brecht-Weill, a Bienal Teatro abre na sexta-feira, 2 de agosto, no Teatro La Fenice (21,30hXNUMX).

Bienal de Veneza, 10 dias de teatro

Caracterizada pelo encanto das divas do passado, de Marlene Dietrich a Lotte Lenya, Ute Lemper apresenta um repertório muito articulado, tendo como referência o Kabarett dos anos entre as duas guerras, até à canção de autoria francesa de Brel, Ferrè, Vian, aos lendários musicais (Cats, Cabaret, Chicago), ao tango de Astor Piazzolla, até ao Jazz. Mas outro protagonista, que receberá o Leão de Prata na ocasião, é  Angélica Liddell, entre as verdadeiras revelações das últimas temporadas com uma versão pessoal de Ricardo III de Shakespeare; David Espinosa e o provocador “minimalismo” de Mi gran obra, um exemplo de teatro em tempos de crise (8 de agosto no Teatro alle Tese, 21,00hXNUMX). Ainda é: o diretor de arte da Krystian Lupa com Ritter Dene Voss por Botho Strauss (7 de agosto no Teatro Goldoni às 21,00hXNUMX).

As reinterpretações mordazes dos clássicos da Thomas Ostermeier, desta vez com O inimigo do povo, de Ibsen, no Teatro Goldoni, dia 10 de agosto (21,30hXNUMX); enquanto a "escrita" tecnológica de Guy Cassiers para Sunken Red's Jeroen Brouwers com o intérprete extraordinário Dirk Roofthooft (3 de agosto no Teatro alle Tese). E ainda outros mergulhos desta vez oníricos com o mundo da Gabriela Carizo e Peeping Tom como aparece em seu último show, 32 rue Vandenbranden (10 de agosto Teatro alle Tese).

E a vitalidade do teatro argentino, uma novidade na cena dos últimos anos, que verá seu arquiteto em Cláudio Tolcachir, diretor e autor de El viento en un violín (5 de agosto às 21,00h no Teatro Goldoni). A síntese entre diferentes artes de é muito feliz Jan Lauwers que assina o Marketplace 76 (6 de agosto, Teatro alle Tese); enquanto de um Shakespeare reescrito por Tim Crouch auxiliamos os personagens menores de suas comédias na encenação de Fabrizio Arcuri: Banco de Macbeth, flor de ervilha de Sonho de uma noite de verão, Cina por Júlio César, Caliban da Tempestade. No fim: Declan Donnellanentre os diretores europeus mais influentes que enfrentaram os grandes clássicos do drama mundial, com Ubu Roi de Alfred Jarry; e o célebre dramaturgo, ator e diretor libanês Wajdi Mouawad com o monólogo Seuls (3 de agosto, Teatro Piccolo Arsenale)

Mas o Festival também vai ver a estreia do realizador em Veneza Alex Rigola. Autor de reescritas incisivas de grandes clássicos que o tornaram conhecido além das fronteiras da Espanha e também da Itália, Àlex Rigola tem frequentado bastante a dramaturgia moderna e contemporânea, encenando também textos de escritores famosos, como o romance inacabado de Roberto Bolaño, 2666 E a Bolaño, autor cult, Rigola volta com a adaptação para as cenas da história El policia del las ratas (Teatro alle Tese no dia da estreia e em reprise nos dias 3, 6, 7 de agosto).

Mas no 42º Festival o criações originais nascidas da Bienal College – Teatro, fruto do trabalho laboratorial de muitos jovens artistas selecionados ao lado de mestres da cena. Assim nasceu Shakespeare, um roteiro em 5 curtas-metragens sobre personagens de Shakespeare, escolhidos e vistos segundo as abordagens radicalmente diferentes de tantos diretores – Angélica Liddell, Claudio Tolcachir, Gabriela Carrizo, Jan Lauwers, Krystian Lupa. Assim nascem também as versões site specific, ou seja, moduladas nos lugares e com os participantes das oficinas venezianas, dos espetáculos de Motus, Na Tempestade e O Veronal, Picasso – Pajaros muertos. E assim também nasceu a Natureza e a origem da mente, elaborada por Romeu Castellucci com os 20 atores e performers da sua oficina veneziana, para um programa que inclui numerosos encontros – de 4 a 11 de agosto – com os vários protagonistas da cena teatral para criar momentos de conhecimento e perspicácia sobre o trabalho do ator e encenador.

“Em suma, um verdadeiro mergulho na dimensão teatral para vivenciá-la em 360 graus!” (Henrique Gusela)

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