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BIAF: Esplêndido “Capriccio Romano” de Giovanni Paolo Panini

BIAF PREVIEW: a histórica Galleria Cesare Lampronti, sediada em Londres e Roma por ocasião da Bienal Internacional de Antiguidades de Florença (21-29 de setembro de 2018) exibe uma obra fascinante de Giovanni Paolo Panini "Architectural Capriccio with St. Peter's Sermon" .

BIAF: Esplêndido “Capriccio Romano” de Giovanni Paolo Panini

em capricho arquitetônico da coleção Lampronti, em um cenário de pura invenção, há como sempre elementos baseados em sítios e monumentos sítios arqueológicos claramente reconhecíveis, como o Pirâmide de Cestius ao fundo e a estátua do Tibre do Louvre, vista de trás; a estátua é visível de frente na pintura de Guidi (Arisi, cat 276) de 1739. A obra é entre os exemplos mais felizes e harmoniosos de capricci já feitos pela Panini: tudo é calibrado na paisagem, e finamente descrito: à esquerda e à direita, vestígios de antigos templos formam um majestoso pano de fundo cênico à composição, onde em primeiro plano vários vestígios da antiguidade romana, fragmentos de sarcófagos, vasos, majestosas bases de colunas, que se refletem no curso de água. As figuras habitam um espaço de hábito quotidiano que remete na sua grandeza à memória de um grande passado. Um jovem está sentado de costas para o espectador, outros estão reunidos em torno de São Pedro, empenhados em falar, ouvir; a paisagem abre-se ao centro para um céu ligeiramente atravessado por nuvens. Os templos são decorados com fragmentos de baixos-relevos com decoração vegetalista ou com cenas que remetem a ciclos decorativos; cada elemento, cada capital, cada detalhe é cuidadosamente descrito e definido pelo hábil jogo de luz e sombra.

Giovanni Paulo Panini
(Piacenza 1691 – Roma 1765)
 
Capricho arquitetônico com sermão de São Pedro
Óleo sobre tela, 98 x 135
Assinado no canto inferior esquerdo JP Panini

Panini iniciou sua formação com Giuseppe Natali (1652-1722) e Andrea Galluzzi (1689-1735), trabalhando posteriormente com o cenógrafo e quadraturista Francesco Galli Bibiena (1659-1739). Em 1711 o jovem mudou-se para Roma, onde estudou com Benedetto Luti (1666-1724) até 1718, alcançando considerável fama como pintor de afrescos de forte caráter decorativo. Em 1719 tornou-se membro da Accademia di San Luca e da Congregazione dei Virtuosi del Pantheon, estabelecendo fortes laços com os membros da Academia Francesa em Roma, onde foi admitido em 1732. Em Roma Panini pintou paisagens – influenciado pelo obra de Gaspar van Wittel (1653-1735) – mas também caprichos, a exemplo de Giovanni Ghisolfi (1623-1683) e Viviano Codazzi (1604-1670). Entre seus patronos estavam membros proeminentes da corte papal, como os cardeais Albani, de Carolis e Alberoni, e o papa Inocêncio XIII, de quem recebeu sua primeira encomenda importante: os afrescos do Palazzo del Quirinale.

Bibliografia: F. Arisi, Gian Paolo Panini e o esplendor da Roma do século XVIII, Roma 1986, 184-185.

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