O que há em comum entre entrar em um banco e dirigir em um dia de inverno por uma estrada no Vale do Pó? A névoa. "Essa é a metáfora que parece melhor caracterizar a relação entre bancos e poupadores", diz Angelo Baglioni em sua introdução a Banks of Fog. Desvendando a desinformação financeira (editora Bocconi University – UBE 2017; 168 páginas; 16 euros). "O problema", continua o autor, "chama-se informação: pouca, demais, excessivamente técnica, em muitos casos enganosa".
O que deve saber um poupador para avaliar conscientemente a qualidade do serviço que o seu banco lhe presta? Quais são os custos que lhe são cobrados, os riscos em que incorre, as proteções de que goza graças às regras e autoridades que controlam o setor bancário?
A informação é muitas vezes difícil de encontrar: por vezes escondida deliberadamente, outras vezes transmitida de forma incompreensível. Numa época em que a crise financeira e os problemas dos bancos italianos tornam os poupadores cada vez mais desconfiados, o livro apenas fornece algumas ferramentas para navegar em um mundo complexo, alertando o leitor para as armadilhas que pode encontrar ao pisar em um banco.
Desde a análise de títulos, que parecem todos iguais, mas que na realidade escondem riscos diferentes, aos fundos de investimento com comissões ocultas e cupões falsos, à explicação das regras do jogo a nível europeu. Da supervisão única ao gerenciamento de crises e resgate interno, para chegar a uma análise dos bancos italianos destacando seus pontos fortes e fracos.
Fica claro, portanto, qual é o objetivo do livro e de Baglioni: lançar luz sobre a desinformação financeira, destacando onde se escondem as principais armadilhas e quais são os riscos contra os quais se defender.
Angelo Baglioni é professor de Economia Política na Universidade Católica de Milão, onde leciona Microeconomia e Economia Monetária. Membro do conselho editorial de lavoce.info.