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Banco ruim, os precedentes na Europa. Da sueca Securum às escolhas de Espanha e Irlanda

O governador do Banco da Itália se abre para o mau sistema bancário – Enquanto isso, na Itália, estamos olhando para os modelos europeus – Suécia: o Securum de 1992 após a crise no setor financeiro – Espanha: o Sareb acordado pelo governo com a UE e o FMI em junho de 2012 – Irlanda: o Nama para lidar com o estouro da bolha imobiliária.

Banco ruim, os precedentes na Europa. Da sueca Securum às escolhas de Espanha e Irlanda

O primeiro passo para a criação de um banco ruim sistêmico na Itália vem do governador do Banco da Itália, Ignazio Visco, do palco do congresso Assiom Forex. Mas quais são os precedentes em que os governos tiveram que recorrer à empresa criada para comprar os empréstimos malparados dos bancos? Aqui estão os casos na Europa.

O sueco Securum. Em 1990, a redução das taxas de juros devido à liberalização dos mercados financeiros e de crédito incentivou o endividamento das famílias e empresas suecas, que passaram a financiar o consumo e os investimentos em imóveis e títulos. O resultado foi um boom nos mercados imobiliário e de ações que levou os bancos a aumentar a oferta de empréstimos, expondo-se assim ao aumento descontrolado das taxas de juros, sem avaliar cuidadosamente os riscos. O alto nível de endividamento tornou as operadoras vulneráveis ​​a choques inesperados nas taxas de juros. O sistema entrou em colapso justamente após o aumento das taxas de juros, o que levou a insolvências e empréstimos inadimplentes. As perdas das famílias e das empresas repercutiram-se então no setor financeiro e de crédito, pondo em causa a estabilidade do sistema bancário. Assim, em 1993, o Governo criou a Bank Support Authority (BSA), um órgão independente que tinha a tarefa de analisar os ativos podres dos bancos com a máxima transparência. Apenas para dois institutos, Nordbanken e Gota Bank, foi adotada a divisão em "banco bom" e "banco ruim", chamados respectivamente de Securum e Retriva. Ativos fortes foram deixados com bons bancos, enquanto ativos problemáticos foram transferidos para Asset Management Companies (AMCs) fora do banco. A liquidação dos ativos tóxicos pelos AMCs foi decisiva para a superação da crise sueca.

A solução espanhola. Após o pedido de ajuda da União Europeia em 25 de junho de 2012 para a reestruturação e recapitalização do setor bancário, o governo espanhol concordou com os líderes da UE e do FMI para criar um banco ruim chamado Sareb (Sociedad de gestion de ativos provenentes de la restructuracion bancário). Os objetivos eram cobrar empréstimos inadimplentes de bancos com garantia pública e gerenciar a alienação desses ativos ao longo de 15 anos. Desde dezembro de 2012, o Sareb iniciou a remoção dos créditos dos 4 bancos que já receberam ajuda pública (Bfa-Bankia, Catalunya Banc, Novagalicia Banco e Banco de Valencia).

O caso irlandês. Esta é a primeira abordagem ao banco mau na zona euro. Foi criado em 2009 com a criação da Nama (Agência Nacional de Gestão de Ativos), como parte do plano do governo para revitalizar o setor bancário após o estouro da bolha imobiliária. Já em 2010, a Nama começou a intervir adquirindo uma primeira tranche de 1200 créditos malparados a bancos em dificuldade por um valor nominal de 16 mil milhões de euros, mas a um preço altamente descontado (8,5 mil milhões).

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