Sensacional virada na disputa tributária que vê partes opostas Apple e Bruxelas. O O Tribunal da UE acolheu o recurso do gigante de Cupertino contra a decisão da Comissão Europeia sobre o acordo fiscal preventivo (decisões fiscais) concedido pela Irlanda para a empresa Apple. Os juízes da UE, portanto, concordaram com o grupo dos EUA, anulando a decisão do executivo da UE.
Segundo o Tribunal, de facto, "a Comissão não demonstrou suficientemente do ponto de vista jurídico a existência de uma vantagem anticoncorrencial" no acordo entre Dublin e a Apple.
O caso remonta ao verão de 2016, quando a Comissão pediu à Irlanda que obter 13 mil milhões de euros de volta pela Apple por falta de pagamento de impostos no período 2003-2014.
Em detalhe, segundo Bruxelas, entre 1991 e 2007 a empresa americana assinou uma série de acordos fiscais com Dublin que podem ser classificados como auxílio estatal ilegal. Graças a esses acordos, a Apple mal pagou 0,005% de imposto sobre o lucro, Ou 50 euros por cada milhão de lucros.
De acordo com as primeiras denúncias, formuladas em 2014, a Irlanda teria burlado as leis tributárias internacionais para facilitar as vendas da Apple no continente, garantindo-lhe uma alíquota inferior a 1%, contra os 12,5% esperados no país. Tudo graças ao mecanismo do “duplo irlandês”, que até janeiro de 2015 permitia às multinacionais reduzir os impostos sobre os lucros registados em toda a Europa (prática ainda em vigor, embora com outras artimanhas). Em troca, Cupertino garantiu a manutenção do emprego na República da Irlanda: só na cidade de Cork (120 habitantes), a Apple empregava 5.500 pessoas, cerca de um quarto de todos os seus funcionários na Europa.
Em suma, a fraude de 13 bilhões não incluía um único euro de multa: eram simplesmente impostos que a Irlanda, violando a lei europeia, havia permitido que a Apple não pagasse.
Isso, pelo menos, foi o que a Comissão estabeleceu há quatro anos. Agora, porém, o Tribunal da UE reverteu a decisão, infligindo uma derrota histórica ao Executivo de Bruxelas.