Após o casamento que quase chegou ao altar entre Alitalia e Ethiad, os bancos parceiros atrapalham a entrada dos Correios no acordo. Os 39 milhões que Poste prometeu investir em aeronaves, slots e pessoal não tiveram boa recepção na Unicredit e no Intesa Sanpaolo. Nas rodadas de conversas ocorridas no fim de semana entre assessores, bancos, correios e governantes, um dos principais banqueiros teria dito que estava pronto para deixar as negociações. Por sua vez, Caio, presidente-executivo do Poste, não se importa em não ser considerado sócio de igual para igual dos dois bancos e segue firme em fazer com que seus 19,48% pese na mesa de negociações.
Hoje em Roma haverá uma nova reunião esclarecedora entre bancos, correios, assessores, funcionários do governo e Del Torchio. O objetivo da cúpula será neutralizar a possível explosão da mesa na semana mais importante para o casamento Alitalia-Ethiad, que deve levar à assinatura do contrato na sexta-feira, 25. A versão do acordo interpretada por Poste considera A Haldco com 46% da Nova Alitalia, enquanto a empresa comandada por Caio com 5%. Tal divisão veria mais da metade da nova empresa em mãos europeias, mas a própria UE estipula que 51% da empresa deve ser privada e tal acordo não satisfaria essa condição.
Na teleconferência realizada ontem, Abu Dabhi também expressou suas dúvidas sobre a solução apresentada por Poste. Nesse caso, os sócios da Nova Alitalia seriam três e não mais dois como previsto nas negociações iniciais em que a Ethiad pretendia o casamento, o que levantaria a necessidade de uma relativa mudança na governança. Uma nova cúpula foi agendada entre quarta e quinta-feira para a aprovação do contrato a ser assinado na sexta-feira seguinte. Mas tudo dependerá da reunião de hoje, na qual provavelmente serão estabelecidas as bases para a eventual lua de mel Alitalia-Ethiad.