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5G: apenas 1 em cada 5 empresas está pronta para a revolução

De acordo com uma pesquisa realizada pelo PoliMi 5G & Beyond Observatory, 80% das empresas usuárias finais ainda não conhecem ou não entenderam totalmente as oportunidades e benefícios do 5G, enquanto 41% dos consumidores decidiram não comprar um smartphone 5G.

5G: apenas 1 em cada 5 empresas está pronta para a revolução

Tudo o que fazemos é falar sobre 5G, do seu potencial, da forma como vai revolucionar a vida de todos nós e, porque não, das bizarras teses de conspiração criadas ad hoc para desencorajar o progresso. O fato é que, apesar do intenso debate em curso, a maioria das empresas ainda mostra pouca consciência sobre o assunto. É o que afirma o Politecnico di Milano (Polimi) no contexto da pesquisa realizada peloObservatório 5G & Além da Escola de Administração apresentado durante a conferência online "5G: um ecossistema a ser construído". 

5G E EMPRESAS

De acordo com um inquérito realizado pelo Observatório a 328 empresas utilizadoras finais e 222 empresas TIC, apenas 24% das primeiras - os utilizadores finais dos serviços possibilitados pelo 5G - e 28% das últimas têm um conhecimento sólido das características e potencialidades tecnológicas das novas redes. Além disso, apenas uma empresa em cada cinco (20%) está tomando medidas para explorar seu potencial, enquanto os 80% restantes continuam estacionários. 

Pelo contrário, o setor que aparece mais preparado é o dos serviços, com 26% dos alojamentos, seguindo-se a AP e Healthcare (20% dos alojamentos) e a indústria transformadora (15%). As empresas do setor de TIC estão indo bem, com 52% das empresas tendo iniciado iniciativas ou se sentindo especialistas no assunto.

“O 5G é uma revolução com muitas aplicações possíveis em muitos setores, das cidades inteligentes à manufatura, da logística à agricultura, dos transportes aos cuidados de saúde, só para citar alguns, e com potenciais benefícios para cidadãos, empresas e administrações públicas – afirma Marta Valsecchi, diretora do 5G & Beyond Observatory -. Mas para que isso se concretize, há um ecossistema ainda a ser construído, trabalhando sobretudo no desenvolvimento de conhecimento, habilidades e cultura 5G, que ainda falta até mesmo entre as empresas de TIC. E então aumentar esforços e investimentos para implementar a infraestrutura de rede necessária para fazê-la funcionar e repensar uma cadeia de valor que se abra para a colaboração com atores de outros ecossistemas e crie serviços verticais de alto valor para as empresas usuárias”.

5G E CONSUMIDORES

E quanto aos indivíduos? “Um em cada quatro consumidores italianos, entre os internautas, comprou ou pretende comprar um smartphone que suporte a rede 5G, 34% estão considerando a compra, enquanto 41% não estão interessados. Entre estes últimos, os principais obstáculos são a satisfação com o aparelho atual (62%), custos muito elevados (28%), falta de cobertura na própria cidade (19%) e preocupação com eventuais efeitos negativos na saúde (13%)” , lê-se no relatório da Polimi que também sublinha como as fake news têm deixado um rastro, ainda que limitado, influenciando cerca de 10% dos consumidores.

Entre os que já percebem as vantagens do 5G, o interesse prende-se sobretudo com a maior velocidade de transferência de dados (72%), a possibilidade de trabalhar melhor à distância (38%), ver vídeo 4K (30%), domótica (25%) e jogos online (23%). Os objetos com os quais os consumidores estão mais interessados ​​em ver interações são dispositivos domésticos inteligentes (55%), carros conectados (37%), visualizadores de realidade aumentada e virtual (30%), dispositivos vestíveis para esportes e bem-estar (27%) e drones ( 19%).

APLICAÇÕES E POTENCIAL DO 5G

“As novas redes 5G representam uma clara ruptura com as gerações anteriores – diz Antonio Capone, diretor científico do 5G & Beyond Observatory -. Pela primeira vez temos um sistema que pode trabalhar em diferentes pontos e que nos permite melhorar, em função da aplicação, a velocidade de acesso, o consumo de energia, a fiabilidade da ligação e o número de dispositivos ligados. As inovações que terão maior impacto na relação entre a cadeia de suprimentos de telco e os setores econômicos que podem se beneficiar das aplicações 5G são o Edge Computing, que permite que o sistema se transforme em uma plataforma computacional para aplicações do usuário, e o Network slicing, que permite criar várias redes virtuais na mesma infraestrutura com serviços e recursos dedicados".

Até o momento, 122 ensaios foram realizados em nosso país. O mais difundido diz respeito ao monitoramento remoto (35%), usado sobretudo no setor de cidades inteligentes, por exemplo, com sistemas de gerenciamento de mobilidade, estacionamento inteligente, iluminação inteligente e lixeiras inteligentes para coleta de lixo, e na agricultura, para manter o controle das plantações e receber alertas em caso de situações anómalas. Outras áreas de aplicação são a saúde, com a análise contínua dos parâmetros vitais de pacientes e atletas, e a manutenção preditiva em grandes infraestruturas distribuídas como ferrovias, monitoradas com sensores ou drones.

Já o segundo maior grupo de ensaios tem a ver com a melhoria da experiência do usuário (20%): mídia e vídeo em 4k, turismo e realidade aumentada, educação e telemedicina. Aplicações de vigilância e segurança seguem (16%), Operações Remotas (13%), veículos conectados e inteligentes (9%).

Quanto aos benefícios potenciais, o observatório Polimi criou um modelo que estima os benefícios em dois setores específicos: Assistência Remota e Controle Remoto. “Em ambos os casos – explica o relatório – há benefícios tangíveis e intangíveis. No primeiro, verificou-se uma maior produtividade, porque diminui o tempo de inatividade da máquina, e mais intervenções diárias, sem custos de deslocação, com menos emissões de CO2, bem como a possibilidade de concluir a execução de um serviço mesmo em caso de impedimentos de deslocação e a maior satisfação das empresas, operadoras e clientes". Entre os benefícios intangíveis, por outro lado, destacam-se a satisfação do cliente, a melhoria da imagem da empresa, a possível redução de custos de formação e o aumento da satisfação do operador por um maior envolvimento em processos críticos e pela atualização das suas competências.

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