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Raio-X do vinho italiano da Unicredit: faturamento sobe para 11,3 bilhões

Na Vinitaly, a UniCredit apresentou o Industry Book 2018, o estudo que realiza anualmente sobre tendências, dinâmica competitiva e perspetivas de desenvolvimento e crescimento do setor - Em 2017, estima-se que o volume de negócios cresça 2,7% graças ao boom de preços entre agosto e dezembro : +1,8% em 2018.

Raio-X do vinho italiano da Unicredit: faturamento sobe para 11,3 bilhões

Hoje, 17 de abril, no esplêndido cenário de Vinitaly, UniCredit organizou um workshop para apresentar aos operadores do sector asLivro da Indústria 2018, o estudo que a UniCredit realiza anualmente sobre as tendências, dinâmicas competitivas e perspetivas de desenvolvimento e crescimento do setor.

Ao mesmo tempo, esta manhã Gianni Franco Papa (Diretor Geral da UniCredit), Ernesto Abbona (Presidente da UIV - Unione Italiana Vini), Sandro Boscaini (Presidente da Federvini - Federação Italiana de Produtores Industriais, Exportadores e Importadores de vinhos), Alessio Planeta (presidente da Assovini Sicilia) e Federico Terenzi (presidente da Agivi – Associação de Jovens Empresários do Vinho Italiano) assinaram um acordo-quadro, com forte foco no fortalecimento dos negócios internacionais, para apoiar as empresas vinícolas com maior potencial de crescimento.

Voltando ao relatório, partindo de dados "macro" sobre fenómenos relativos ao consumo e produção de vinho à escala global, o estudo identifica, com dados em mãos, inúmeras tendências e evidências a nível nacional e regional e traça um quadro perspetiva sobre dinâmicas cruciais como a evolução dos fluxos de exportação.

Volumes de produção: A OIV (Organização Internacional da Vinha e do Vinho) estima a produção mundial em 2017 em 247 milhões de hectolitros (-8% a/a). Nesta foto. Itália fechou 2017 com uma produção de cerca de 46 milhões de hl.

consumo: Nos últimos 15 anos, o consumo global de vinho aumentou de 228 para 242 milhões de hectolitros. Em particular, em 2016 registou-se um crescimento de 6,1% face ao ano anterior, graças também ao contributo das economias emergentes sul-americanas e asiáticas. A China mais do que duplicou o seu consumo, enquanto os Estados Unidos são agora o principal mercado mundial, com mais de 30 milhões de hectolitros a representar 24% do consumo total. A Itália ocupa a terceira posição no consumo, com mais de 21 milhões de hectolitros. Até o momento, para a demanda mundial, os dados definitivos de 2017 ainda não estão disponíveis, mas a OIV estima um intervalo entre 240,5 e 245,8 milhões de hl.

Comércio internacional: Nos últimos cinco anos, o comércio internacional em volumes fixou-se firmemente acima de 100 milhões de hectolitros (67 milhões de hectolitros em 2001). As importações atingiram 102 milhões de hectolitros em 2017 (+4,8% face a 2016). O crescimento em valor é ainda mais evidente: as exportações mais do que duplicaram, passando de 15 mil milhões de euros nos primeiros dois mil anos para 31 mil milhões de euros em 2017 (+6,6% face a 2016). Neste contexto, a Itália detém uma quota de 20% do total das exportações em valor, com 21 milhões de hectolitros vendidos (+3,7% a/a) correspondendo a quase 6 mil milhões de euros em valor (+6,4% a/a). A análise mostra como a qualidade e os preços desempenham um papel estratégico na competição global. Comparando os preços médios dos últimos dois quinquênios, a Itália situa-se numa posição intermédia (2,6 euros/l) entre o prémio francês (5,7 euros/l) e o baixo preço espanhol (1,1 euro/l l) e isso tem permitido maiores margens de crescimento.

Outlook: O volume de negócios do setor em 2017 está estimado em cerca de 11,3 mil milhões de euros, registando um aumento de 2,7% apesar da quebra de volumes, fruto da subida de preços registada entre agosto e dezembro (+21% y/y em média). Também para 2018, estima-se um crescimento de 1,8% no setor em termos de valores de produção.

A exportação de vinhos italianos deve fechar 2018 com novo crescimento de 3,4%. Os espumantes lideram o segmento, graças sobretudo ao bom desempenho do Prosecco. Segmento apresenta crescimento de dois dígitos nas exportações em 2017 (+11,6%), tendência que também deve se confirmar em 2018 com +10%

Todo o setor tem um alto potencial de exportação a ser explorado. Em 2016, a Sace estimou que o setor vitivinícola poderia ter aumentado suas exportações em quase 30% em três anos, redirecionando suas vendas para mercados externos com maior potencial de crescimento da demanda. No final de 2017, a meta proposta pela Sace ainda é quase 20% superior aos atuais níveis de exportação.

De acordo com uma elaboração do UniCredit sobre os dados do NOMISMA WINE MONITOR, os países mais interessantes para as exportações de vinhos italianos em 2020 serão:

– para vinhos tranquilos: China, onde as vendas deverão aumentar 25,5%, Canadá (+12,5%) e EUA (+9,1%)

– para os espumantes: Suíça, que deverá registar +33,9%, Reino Unido (+31,8%) e Canadá (+31,1%)

Vinhos DOP e IGP: Com 543 produtos certificados, a Itália detém o recorde europeu de um total de 1.586 vinhos certificados, seguida pela França (435), Grécia (147), Espanha (131), Portugal (40). Em 2017, os vinhos DOP e IGP representaram dois terços da produção total, gerando um valor de produção de 6,8 mil milhões de euros.

Desempenho econômico-financeiro: A análise UniCredit a uma amostra de 689 empresas produtoras de vinho que apresentaram as suas demonstrações financeiras nos últimos 5 anos confirma o bom desempenho do setor no período 2012-2016, com um crescimento médio anual do volume de negócios de 3,9%. Olhando para as empresas por escalão de volume de negócios, notamos um melhor desempenho das médias-grandes empresas do que a média do setor, confirmando que neste setor a dimensão ajuda a posicionar-se melhor no mercado, sobretudo no que diz respeito à rede de comercialização.

As margens do setor nos últimos cinco anos aumentaram a uma taxa média anual de 6,2%, refletindo o progressivo posicionamento das empresas numa tipologia melhor qualitativa.

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