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Trichet tranquiliza as bolsas de valores: a paz está de volta

por Ugo Bertone – A decisão do BCE de deixar as taxas de juros inalteradas trouxe tranquilidade aos mercados financeiros europeus (Milão +0,6%) – Talvez um aumento em julho, mas “o Banco Central não assume nenhum compromisso”, disse o governador – Enquanto isso, chega um novo título para a Fiat, enquanto a Unipol se recupera, o que nega um próximo aumento de capital

A sessão fechou de forma quase eufórica para as listas europeias. Depois de um arranque positivo, as Bolsas do Velho Continente encerraram em antecipação à conferência de imprensa de Jean Claude Trichet, no final da reunião da direcção do BCE. Após a confirmação de que as taxas permaneceriam inalteradas, as listas voltaram a ganhar altitude. Ao final, o Ftse/Mib fechou com alta de 0,6%. Londres (+0,82%), Paris (+1,06%) e Frankfurt (+1,41%) também foram positivos. Wall Street paira em torno da paridade: Dow Jones +0,2%, S&P500 +01,%, Nasdaq -0,1%. O euro está fraco em relação ao dólar em 1,4507 (-0,5%). O índice dólar, indicativo do comportamento da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis moedas internacionais, caiu 0,5%. Depois de ganhar 1,6% ontem, o WTI marca nesta manhã uma nova alta de 0,5%, para 101,2 dólares o barril. O Brent está sendo negociado a 117,9 dólares.

BCE E EURO TAXAS SOBEM EM JULHO, MAS EXPORTAÇÕES DOS EUA AUMENTAM NÍVEIS RECORDES

“Forte vigilância sobre a inflação”. Jean-Claude Trichet pronuncia a fórmula mágica que, no jargão do banco central, antecipa uma subida das taxas para a próxima reunião, marcada para julho, ainda que, fez questão de esclarecer, “o BCE não assume compromissos”. Mas, por enquanto, a taxa básica da zona do euro permanece inalterada em 1,25%, como amplamente esperado. No momento em que se deu como certa a aprovação formal da diretoria à candidatura de Mario Draghi à sucessão do próprio Trichet, que reiterou a clara oposição do banco central a uma prorrogação dos vencimentos da dívida grega, como sugerido pela Alemanha.

A ausência de sinais de alarme da Eurotower (a estimativa de crescimento da UE-17 era elevada no intervalo 1,5-2,3%) deu algum polimento à tendência, ainda que anémica, das cotações de acções, empenhadas em interpretar os dados económicos chegando dos EUA para responder à pergunta mais candente: a economia dos EUA será capaz de suportar o esgotamento da "flexibilização quantitativa"? Ou, graças à alta do petróleo bruto, o cenário "mais negro", o do double dip, está prestes a se concretizar?

A chuva usual de dados vindos do exterior não oferece indicações inequívocas. Os novos pedidos de auxílio-desemprego subiram para 427 na semana passada, ante 426 na semana anterior, enquanto os economistas esperavam uma queda para 419. Entretanto, confirmando o abrandamento da atividade económica (ligado ao terramoto do Japão), o desequilíbrio comercial diminui: a balança comercial de abril apresenta um défice de 43,7 mil milhões de dólares, abaixo dos 46,8 mil milhões de dólares de março (contra a previsão de expansão para 48,8 bilhões de dólares). O tsunami provavelmente também afetou a evolução dos estoques em abril (+0,8% contra o esperado 1%).

Mas, para confortar os (poucos otimistas), os dados das exportações se destacam: as vendas americanas na fronteira em agosto subiram para 13% do PIB, um recorde absoluto para a economia estrela e listras. Talvez, mais do que os números, o que tenha demonstrado certo nervosismo no empresariado tenha sido o discurso seco de Jamie Dimon diante de Ben Bernanke, após a fala do presidente do Fed. O banqueiro do JP Morgan se manifestou contra os excessos da "regulação" e a novas exigências de capital impostas aos bancos após a crise, após muitos esforços já realizados.

FIAT, CHEGOU NOVO BOND

O "novo" Fiat (+2,39%) é favorável aos analistas após os resultados pro forma consolidados. Sergio Marchionne que, como sempre, não pretende perder tempo, aproveita para sondar o mercado em busca de uma nova emissão de títulos. A primeira etapa do road show será obviamente Londres onde a empresa se apresentará com um grande pool de organizadores: Citigroup, Mediobanca, Royal Bank of Scotland, Santander, Societe' Generale e Ubs. A Fiat possui rating Ba1 pela Moody's, BB pela S&P e BB+ pela Fitch. No que diz respeito às avaliações da Fiat-Chrysler, no entanto, a dívida é considerada pela maioria como “sustentável, enquanto a rentabilidade poderia quase dobrar de acordo com as estimativas mais otimistas em relação ao consolidado de 2010, graças também à possível contribuição crescente da Chrysler. Para o corrente ano, considerando as duas empresas separadamente, o lucro líquido da Fiat deverá oscilar entre os 320 e os 480 milhões de euros e o da Chrysler entre os 90 e os 400 milhões, enquanto a dívida global poderá situar-se entre os 5 e cerca de 7 mil milhões no pior dos casos. cenário, ante os 8,56 bilhões contidos nas demonstrações financeiras consolidadas pró-forma.

UNIPOL SE LEVANTA

A Unipol recuperou 3,7% para 0,4192 euros, após a queda de ontem (-7,8%) que levou os preços a novos mínimos históricos de 0,40 euros. Pela manhã, fontes empresariais negaram que esteja sendo estudado um aumento de capital, em comparação com os parâmetros atuais. Este é um indicador da solidez do setor de seguros, mas a Unipol perdeu 11% desde o início do ano

ÓLEO E PRISMAIO NOS ESCUDOS

Grande dia para os industriais da Tip, da Prysmian (+3,7), à Interpump (+2,07%). Boas subidas para a Eni que sobe 1,4%, a par da Enel, ganha 1,4%. Entre os bancos, após sessão de alta tensão, Bpm (+3,5%) e Bpm (+2,7%) fecharam em recuperação.

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