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Piazza Affari -10% em 4 sessões, mas a Europa faz pior

O coronavírus também derruba Wall Street - A China reage e hoje as bolsas vão tentar se recuperar também na Europa - Os futuros estão se recuperando - O Bund está correndo - O spread está perto de 150

Piazza Affari -10% em 4 sessões, mas a Europa faz pior

“Aproveite, é hora de comprar”. Donald Trump já tinha entrado em campo na noite de segunda-feira para apoiar Wall Street. Mas as suas palavras foram esmagadas pelo alarme geral sobre a epidemia, que está a perder força na China, mas que se espalha como um incêndio e ameaça causar estragos também nos Estados Unidos. Até à data são cerca de cinquenta casos, ainda que as autoridades de saúde, através do presidente do Centro de Doenças Respiratórias, tenham dito explicitamente que o vírus vai chegar, é só uma questão de tempo.

Bear e Bull viajam agora na companhia do vírus, o “cisne negro” que está perturbando o mundo. “É o Chernobyl da globalização”, afirma Guido Brera do Kairos, um evento destinado a mudar as estruturas da economia mundial. Entretanto, depois do enésimo choque que ontem teve como epicentro as listas de preços dos EUA, hoje os mercados bolsistas tentarão levantar a cabeça com cautela.

TÓQUIO -0,7%. OLÍMPICAS EM RISCO

Durante a noite, o vento baixista enfraqueceu: esta manhã na Ásia a Bolsa de Valores da Coreia do Sul (1.100 infectados) apresenta uma queda de 1%. O Nikkei de Tóquio perde 0,7%, o Hang Seng de Hong Kong 0,7%. O COI anunciou que as Olimpíadas Japonesas poderiam ser canceladas.

Na China, onde o contágio está a perder velocidade e as autoridades pressionam as empresas a retomarem as operações, as bolsas de valores também se aguentam hoje: o Shanghai Composite ganha 0,3%, face aos -0,4% de ontem.

S&P QUEIMOU 4 BILHÕES EM 2.138 SESSÕES

Sessão de pânico para Wall Street, que sofreu a pior perda de sua história em dois dias, pontuada pela alta do Vix, índice do medo, que voou para os níveis mais altos.

No final do dia, o Dow Jones caiu 3,15%, o S&P 500 -3,03%. A cesta mais representativa do mercado queimou 2.138 bilhões de capitalização em quatro sessões. O Nasdaq caiu 2,77%.

O turismo sofre: Marriott cai 8,7%, TripAdvisor -5%, índice das companhias aéreas marca -5%.

CLARIDA (FED): AS TARIFAS NÃO VÃO BAIXAR

A Nota do Tesouro de 1,36 anos com rendimento de 1%, +XNUMX ponto base, em mínimos históricos. Ontem à noite o vice-presidente da Reserva Federal, Richard Clarida, voltou a dizer não aos pedidos de redução de taxas que chegam dos mercados, afirmando que ainda é cedo para pensar nos impactos que o vírus terá na economia dos EUA.

O ouro permanece muito volátil, sendo negociado a US$ 1.644 a onça esta manhã, um aumento de 0,6%.

Os metais industriais continuam deprimidos, a começar pelo cobre: ​​o futuro de referência quase não se moveu nos últimos dois dias, próximo dos mínimos.

Petróleo Brent em recuperação, a 55,3 dólares por barril, +0,6%, após três dias consecutivos de grandes quedas. A reunião da OPEP+ em 5 de Março irá orientar o preço do petróleo bruto. A reunião do conselho da Saipem está marcada para hoje (-1,15%) nas contas.

Há sinais de uma recuperação iminente, a começar pelos futuros das bolsas europeias, que subiram timidamente esta manhã após dias de medo, a partir da Piazza Affari.

MILÃO ENVIA OUTRO 1,4%. O RESTO DA EUROPA É PIOR

O mercado de ações ainda está no vermelho profundo, pouco acima da trincheira dos 23 pontos, spread acima dos 150. E o CDS sobre Itália, os derivados que medem a probabilidade de incumprimento, saltou dez pontos em dois dias. A queda esmagadora das ações europeias acelerou após a abertura de Wall Street. Os pedidos de planos extraordinários para a economia estão a multiplicar-se, mas os bancos centrais estão a hesitar por enquanto. O governador do Banco de França e membro do BCE, François Villeroy de Galhau, disse ontem que não há necessidade neste momento de novas medidas monetárias contra a epidemia do coronavírus.

EM 4 SESSÕES PERDEU MAIS DE 10%

O Milan viveu mais um dia à mercê das vendas. Nas fases finais, o principal índice ampliou as perdas para -1,44%, voltando aos níveis de meados de dezembro, pouco acima dos 23 pontos (23.090). Em quatro sessões deixou 10% no chão, eliminando os ganhos do ano.

Mas ontem, depois de uma tímida tentativa de recuperação pela manhã, as outras listas europeias tiveram um desempenho pior, ampliando a queda após a abertura das listas dos EUA: Frankfurt -1,86%; Paris -1,94%; Madri -2,42%; Londres -1,92%; Zurique -2,26%.

O BUND FUNCIONA, O SREAD PERTO DE 150

Obrigações bem compradas, apesar dos rendimentos cada vez menos atrativos. O rendimento do BTP pouco se move em 0,98%, mas o spread sobe para 149 pontos base porque o mercado prefere focar no Bund alemão, que caiu para -0,50%. No prazo de 30 anos, o rendimento voltou a ficar abaixo de zero: isso não acontecia desde outubro, quando ainda se discutiam as tarifas.

No leilão de Ctz e Btp indexados, o Ministério da Economia atribuiu o valor máximo de 3,75 mil milhões de euros. Ontem à noite, o Tesouro anunciou que vai leiloar na quinta-feira até 7,5 mil milhões de euros em obrigações, incluindo uma nova obrigação a 3 anos, por um montante de cerca de 4 a XNUMX mil milhões de euros.

CNH, JUVENTUS E MEDIASET RECUPERAM

Você pode contar nos dedos de uma mão as fichas azuis que subiram ontem. Cnh (+2%) é o melhor, mas depois de dias de fortes perdas.

Nexi positivo (+1,5%). A Mastercard reduziu as suas previsões para o trimestre atual, devido às repercussões da epidemia tanto no setor do turismo como no comércio online.

As ações da Juventus voltaram a subir (+0,65%) após as fortes perdas de segunda-feira (-11,83%). A Kepler Cheuvreux reduziu o preço-alvo da ação de 1,3 para 1,1 euros, confirmando a recomendação de manutenção, na sequência dos “fracos resultados do primeiro semestre” 2019-2020.

Mediaset +1,3%. Fala-se novamente de um possível acordo extrajudicial com a Vivendi que daria luz verde à operação europeia do grupo.

BANCOS EM RETIRADA. EM CONTRA-TENDÊNCIA MPS

As notas positivas terminam aí. Graças ao crescimento do spread, a atenção aos bancos, incluindo o risco, arrefece. Intesa desacelera (-1,7%) e corrida pela Ubi esfria (-0,9%): Fitch colocou o rating do instituto sob observação com implicações positivas. Novamente na Ubi, o Pacto dos Mil, que arrecada 1,6% do capital dos acionistas de Bérgamo, rejeitou a oferta de troca lançada pelo Intesa Sanpaolo. Os demais acionistas, aderindo ao acordo de sindicato Carro e atribuível à família Bosatelli, vendeu 1,1 milhão de ações no dia seguinte à oferta do Intesa, reduzindo a participação no pacto de 17,7% para 17,8%.

Os outros bancos também foram fracos: Unicredit -1,6%, Bpm -4%. Mps (+2,7%) vai contra a tendência.

INDUSTRIAL EM VERMELHO, FCA LIMITA DANOS

Em vermelho os industriais. Pirelli-0,8%. A Michelin publicou ontem à noite dados sobre o mercado de pneus de janeiro: na China, o segmento de fornecimento original para carros e vans caiu 30%. Dia ruim para os demais industriais: Buzzi -3,5%, Leonardo -2,8%, Prysmian -1,77%. Limite de dano FCA (-0,72%).

Até a Enel perde terreno (-2,8%). A A2A teve melhor desempenho (-0,7%), que encerrou 2019 com um Ebitda preliminar de 1,23 mil milhões, em linha com o ano anterior, com os investimentos a crescerem 25% para 0,63 mil milhões.

ASTALDI CELEBRA SIM À CONCORDATO

Em evidência Astaldi (+4,42%), após a aprovação pela assembleia geral dos emitentes de obrigações com vencimento em 2024 da proposta de acordo com os credores numa base de continuidade.

A Technogym continua em queda (-4,8%) após a suspensão da atividade dos ginásios na Lombardia: Kepler Cheuvreux reduziu a meta de 9,4 para 10,3 euros.

Diasorin -3,9%, com Cheuvreux reduzindo a meta para 113, um nível acima do preço de mercado de 106,3 euros.

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