comparatilhe

Massa, o preço aumenta 38%: o alarme dos produtores

O aumento do preço do trigo primeiro e depois das outras matérias-primas fez subir o preço da massa, que é vendida na grande distribuição a 1,52 euros o quilo – Divella: “Os preços vão continuar a subir”

Massa, o preço aumenta 38%: o alarme dos produtores

Vamos nos preparar para os aumentos. E o que aumenta. A disparada do preço do gás e os fortes aumentos na conta de energia também estão pesando sobre nós em macarrão, cujo custo está aumentando de semana para semana. Ele explica em entrevista ao Horas de sol 24, Vincent Divella, diretor-gerente do grupo Apulian entre os principais produtores da Itália. 

Falando em aumentos de preços, o gerente explicou: “Eu tivemos que pedir os primeiros 30 centavos depois do verão, para fazer frente ao custo exorbitante da nossa principal matéria-prima, ou seja, o trigo. De junho até hoje, o preço do trigo na bolsa de Foggia subiu 90%. Um acréscimo que sozinhos jamais conseguiríamos amortizar, basta pensar que para nós a sêmola representa 60% de todo o custo de produção da massa”.

Agravou-se ainda mais nos meses seguintes, quando se juntaram ao aumento do preço do trigo o do celofane (+25%), o do gás (+300%) e o da eletricidade. “É por isso que pedimos em janeiro para grandes varejistas outros 12 centavos por quilo. Um aumento, esse, que deve se efetivar com a renovação dos pedidos no final deste mês”, acrescentou Divella, que não esconde: “preços podem subir novamente” porque os aumentos de preços nas bolsas de mercadorias continuam. Por enquanto, a previsão é impiedosa: no final de janeiro, os preços das massas chegarão a 1,52 euros por quilo, um aumento de 38 por cento. 

Também confirmando os aumentos de preços presentes e futuros está Riccardo Felicetti, que al sol 24 horase diz: "Os desequilíbrios no mercado mundial não vão acabar aqui, e no inverno de 2022 teremos novos problemas, inclusive surtos especulativos". 

Segundo o presidente da Coldiretti, Ettore Prandini, “com a pandemia de Covid, abriu-se um cenário de entesouramento, especulação e incerteza que deve levar o país a defender a sua soberania alimentar”. Itália é o segundo maior produtor de trigo do mundo e em 2021 produziu 3,8 milhões de toneladas (-3% face a 2020. No entanto, há também o outro lado da moeda. A Itália é "também o principal importador porque muitas indústrias, em vez de garantirem o abastecimento com produtos nacionais, preferiram comprar na mercado internacional, aproveitando os preços baixos da última década”.

Nesse contexto, os dados do Istat de novembro mostram queda nas vendas no varejo igual a -0,4% em valor e -0,6% em volume. Sobretudo as vendas de géneros alimentícios caíram (-0,9% em valor e -1,2% em volume), enquanto as de não alimentares mantiveram-se estacionárias.

Comente