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OLIMPÍADAS -10 – Ginástica Artística, em Londres 2012 a última chance de Vanessa Ferrari

Da perfeição de Nadia Comaneci em Montreal '76, às esperanças de medalhas azuis na capital inglesa, a ginástica artística feminina é o esporte olímpico por excelência - a Itália coloca em campo o novo fenômeno Carlotta Ferlito, enquanto para a "veterana" Vanessa Ferrari (22 anos) esta é a última chamada.

OLIMPÍADAS -10 – Ginástica Artística, em Londres 2012 a última chance de Vanessa Ferrari

Os calos nas mãos, as entorses, a puberdade e a adolescência apreendidas no ginásio: a ginástica artística feminina exige mesmo um compromisso olímpico, uma vontade de ferro em meninas com corpos imaturos e olhos adultos. É um esporte bonito e cruel, como quase todos os esportes praticados em nível competitivo, talvez um pouco mais bonito, talvez um pouco mais cruel. As Olimpíadas oferecem a quem as pratica uma oportunidade única de glória, uma visibilidade planetária que pode ficar gravada na memória coletiva.

Mas de quantas ginastas realmente nos lembramos? Claro que nunca podemos esquecer Nadia Comaneci, sua graça, seu domínio. Na era da internet, no youtube, podemos rever esta página da história do esporte e ainda assim nos encantar. O exercício nas barras assimétricas, em Montreal em 1976, atinge tal perfeição que ainda permanece inigualável. Nesse exercício não há um músculo que não esteja sob controle, não há uma baba, uma ponta do pé que não seja puxada, uma incerteza. 

Talvez a eterna romena "quinze anos" (nascida em 1961) tenha sido a maior ginasta de todos os tempos e tenha conseguido viver dessa glória pelo resto de sua vida. Mas os outros? Foi-se, entre uma cambalhota e um flac flac. Muitos encontram um lugar como instrutores, nas várias federações, alguns podem se tornar uma atriz famosa como Salma Hayek, mas em média não conhecem grandes glórias e o equilíbrio entre o esforço despendido e o retorno, pelo menos econômico, certamente pende a favor do primeiro. Mas dão tudo de si e vivem este desporto com toda a alma e dedicação que ele exige, com um admirável espírito de sacrifício. E para uma ginástica de qualidade é preciso muito: coragem, porque acrobacia é arriscada; treinamento, porque todos os músculos devem ser domados; potência e velocidade, para saltos e saltos; graça e ouvido musical, para o corpo livre; reflexos, para as barras paralelas; balança para a trave, uma ferramenta de madeira com 10 centímetros de largura, 5 metros de comprimento e 25 metros de altura, um caminho onde é mais fácil cair do que ficar em pé, sobre o qual voam estas meninas, tão elásticas como equilibristas e trapezistas, como elegantes como dançarinos de caixa de música.

Há alguns anos a mídia vem dedicando um pouco mais de atenção a esse esporte e Desde 2011, a MTV transmite “Ginnaste – Vite parallele”, um docu-reality show sobre a vida esportiva e emocional de sete atletas com idades entre 14 e 20 anos que vivem, estudam e treinam no Centro Técnico Federal de Ginástica Artística de Milão.

Existe entre eles Carlotta Ferlito, 17 anos, 50 quilos de peso por 1,58 centímetros de altura e uma granulação extraordinária. Carlotta escolheu a ginástica aos 12 anos e desde então vive na capital lombarda, longe de sua família em Catania, para se dedicar totalmente a esta disciplina. Ela é uma das 6 garotas selecionadas para Londres 2012, ainda que apenas 5 vão para a pista. Entre elas, não pode faltar a veterana e primeira estrela italiana, Vanessa ferrari (nascida em 1990, 45 quilos por 147 centímetros) já campeã mundial em 2006. Vanessa engoliu uma pílula amarga em Pequim, quando um problema no tendão a impediu de dar vida ao desempenho que todos esperavam dela. Agora ele tem sua chance de vingança, talvez a última. 

As outras esperanças azuis são Erika Fasana, Francesca De Agostini, Elisabetta Preziosa, Chiara Gandolfi. Para essas pequenas mulheres, chegar a Londres já é uma grande conquista, subir ao pódio é um sonho muito difícil de realizar. A maior parte será russa, romena, chinesa e americana, sobretudo na competição por equipas, enquanto nas comparações individuais e nas várias ferramentas talvez haja espaço para algumas boas surpresas.  

O desafio, para as meninas, começa no dia 29 de julho pela manhã e segue o dia todo para a qualificação. a final por equipes é no dia 31, enquanto a individual geral é no dia 2 de agosto. Para os diversos aparelhos, iniciamos no dia 5 de agosto com o salto, seguindo-se as barras assimétricas no dia 6 de agosto, a trave e o corpo livre no dia 7.

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