Dinheiro e investimentos são questões intimamente ligadas à esfera pessoal e emocional dos indivíduos e suas famílias, e é sabido que o instinto e a emoção podem levar a decisões de investimento muitas vezes irracionais. Como mostra a pesquisa que realizamos recentemente com profissionais de aconselhamento, mais de oito em cada dez conselheiros acreditam que tomar decisões na onda emocional é o maior erro que os poupadores podem cometer.
Confusão, medo ou impaciência são três emoções que podem impedir os investidores de fazer escolhas objetivas relacionadas ao seu dinheiro. Muitos poupadores, de fato, diante da volatilidade dos mercados, muitas vezes se retiram, preferem ignorar o que pode perturbá-los. Outros podem ser tentados a "faça você mesmo", seguir as modas do momento ou confiar nos conselhos de amigos, parentes e conhecidos. Em vez disso, muitos estão focados no curto prazo, perdendo de vista os objetivos financeiros de longo prazo que estabeleceram para si mesmos.
1. Se não sei, evito. A menos que você seja um especialista financeiro ou um investidor regular, o mundo dos investimentos e da administração de dinheiro pode ser difícil de entender. Para começar, existe uma enorme gama de produtos disponíveis no mercado, diferentes classes de ativos, uma variedade de estratégias e metodologias de investimento. Confusão e medo costumam ser dois lados da mesma moeda. Quando algo não é compreendido ou as causas de um evento não são identificadas, o pânico e o medo podem ser as reações imediatas. Daí a tentação de sair dos mercados em caso de quebras bruscas ou fases de volatilidade, ou a tendência de muitos investidores a ignorar o que os pode perturbar, evitando ou adiando o problema.
2. Melhor 100 dias como ovelha do que.... Assim como as ovelhas se sentem mais seguras seguindo o grupo, muitos investidores sentem uma maior sensação de segurança ao investir quando amigos, parentes e conhecidos investem suas finanças. Essa tendência de seguir o rebanho pode levar a uma corrida para certas classes de ativos, pode criar bolhas financeiras e pode fazer com que os investidores entrem ou saiam dos mercados em um momento inadequado.
3. Tudo e agora! Um horizonte muito focado no curto prazo é um dos erros mais comuns cometidos pelos poupadores italianos. Segundo os consultores financeiros e promotores entrevistados, depois da emoção, o horizonte de curto prazo e a falta de um plano financeiro claro são os três maiores erros que os italianos cometem quando se trata de investimentos1. Os poupadores não apenas estão impacientes para obter resultados concretos e visíveis de seus investimentos, mas muitas vezes essas expectativas são irrealistas ou desproporcionais. Na Itália, os investidores dizem precisar de retornos médios de 9,1% ao ano acima da inflação2 , valor bem acima dos retornos médios anuais dos mercados registrados nos últimos cem anos. Concluindo, depois de 15 anos de altos e baixos já não basta pedir aos poupadores que permaneçam investidos no longo prazo. Os indivíduos devem cada vez mais ter uma perspectiva racional sobre investimentos que visam atingir objetivos bem definidos, ao invés de perseguir os mercados.
A chave para conseguir gerir melhor as armadilhas comportamentais é verificar periodicamente o seu portfólio para avaliar eventuais ajustes em conjunto com o seu orientador. O acompanhamento contínuo e disciplinado dos investimentos escolhidos, aliado a uma abordagem sistemática e racional, pode ajudar a manter o nível de risco da carteira alinhado ao perfil do investidor, ajudando-o a manter a consistência com seu plano financeiro e a atingir seus objetivos de investimento. . Nesse contexto, os profissionais de assessoria desempenham um papel crucial ao orientar os investidores nas complexidades dos mercados e auxiliá-los a fazer um planejamento financeiro claro. Promotores, consultores financeiros e banqueiros privados devem cada vez mais ajudar os clientes a lidar e gerir as suas emoções, tentando educá-los sobre as flutuações do mercado e ajudando-os a evitar armadilhas comportamentais.
