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MPs ainda na tempestade na Piazza Affari

Depois dos -3,6% de ontem, as ações não conseguem fazer cotação hoje na abertura da Piazza Affari, com queda teórica de 9% plano industrial – No semestre, a margem de intermediação caiu 353% para 4,7 milhão e a margem de juros em 1.843%.

MPs ainda na tempestade na Piazza Affari

O Palio del Monte Paschi é tudo menos a linha de chegada. O banco, que divulgou as contas ontem, fechou o segundo trimestre com vermelho acima do esperado, 178,9 milhões contra 278 milhões há um ano e, de qualquer forma, mais que o dobro dos 71,5 milhões esperados pelos analistas. Este é o nono trimestre consecutivo de perdas. Um resultado que afunda assim o semestre para um prejuízo de 353 milhões de euros, contra uma estimativa consensual de -279 milhões. Ontem a ação MPS perdeu 3,62% em bolsa para 1,144 euros. Na abertura de hoje, as ações não conseguiram fazer cotação, com queda teórica de 9%. 

"A reestruturação do balanço foi concluída", comentou o CEO Fabrizio Viola durante a apresentação das contas aos analistas, lembrando que graças ao aumento de capital de 5 bilhões o banco tornou-se "agora muito sólido". Mas ele admitiu: “Estamos comprometidos e focados em que o próximo trimestre seja impulsionado pela reestruturação da lucratividade. Temos muito o que fazer e o trabalho deve ser incrementado após as notícias vindas do cenário macroeconômico”. O congelamento do PIB italiano não ajudou em nada. “Quando fizemos o plano – voltou a admitir Viola na longa teleconferência com os analistas – pensamos que tínhamos sido conservadores. Infelizmente a realidade é pior como nos mostram os dados do PIB”. 

No semestre, a margem de intermediação caiu 4,7% para 1.843 milhões e a margem de juros 10,4% para 972 milhões. As taxas subiram 6%, para US$ 871 milhões. O resultado operacional líquido foi negativo em cerca de 605 milhões de euros (era negativo em 294,2 milhões de euros no final de junho de 2013).

Os resultados do grupo foram afetados pelos juros dos títulos Monti, os 196 milhões de juros reconhecidos ao Ministério da Economia por auxílios estatais (em todo o caso, este é o último desembolso: no início de julho, 3 de 4 mil milhões subscritos pelo Mef). Mas sobretudo os ajustamentos aos créditos solicitados pelo BCE devido à revisão da qualidade dos ativos, cerca de 255 milhões. Para além das provisões efectuadas sobre algumas posições de montantes significativos, o comunicado do Banco refere, de facto, que a revisão das estimativas de perdas para algumas posições classificadas como crédito malparado efectuada pelo banco no período, também para efeitos do A revisão da qualidade dos ativos teve um impacto. 

Só no segundo trimestre, este foi um aumento de cerca de 255 milhões (+53,5%), o que elevou os ajustamentos do crédito malparado no final do semestre a mais de mil milhões de euros, para 1,208 mil milhões, com um aumento de cerca de 179 milhões de euros face ao primeiro semestre do ano anterior (+17,4%). Na ausência de resultados não recorrentes, deve-se assim enfatizar que o resultado "normalizado" estaria em equilíbrio. No entanto, o CFO Mingrone lembrou alguns dossiês significativos que exigiam provisões, como Alitalia, Sorgenia e Siena Calcio.

No entanto, o CEO na teleconferência assegurou que após o aumento de capital o banco está numa “boa posição sobretudo tendo em conta os resultados da avaliação global do BCE que saberemos em outubro”. O rácio de capital Cet1 é de 13,5% e por isso, como se pode ler nos slides de apresentação das contas do banco, acima da média dos bancos europeus (10,9%)

Entretanto, a exposição ao BCE foi reduzida para 18 mil milhões de euros em agosto, graças ao reembolso de 10 mil milhões de euros da Ltro, e será integralmente reembolsada até 2015. Na frente da nova Ltro lançada pela Draghi, ou seja, dos empréstimos a taxas bonificadas mas desta vez vinculados ao desembolso de crédito por parte das instituições, o MPS “pode pedir até 6 mil milhões de euros”, explicou Viola. O valor que pode ser solicitado é de fato para todos os bancos igual a 7% dos empréstimos de uma única instituição.

Porém, hoje em dia não basta ter dinheiro. Você tem que encontrar clientes. Se a alta administração do banco confirmou o interesse nas TLTROs, acrescentou ainda em teleconferência que é preciso “conseguir encontrar clientes para emprestar e por isso há a questão de como será o cenário macroeconómico. Teremos, portanto, que ver o quanto a oportunidade Tltro pode ser explorada”.

Entre os pontos positivos do trabalho de reestruturação do banco está o trabalho de custos. O banco já atingiu a meta de redução de custos definida para 2017 e antecipou o encerramento de mais 150 balcões para o primeiro semestre de 2015 (além dos 400 balcões de 2013). O acordo com os sindicatos para 1.334 afastamentos já foi definido. Na madrugada de ontem o debate sindical iniciado em julho (uma mesa sindical remontada após um ano) foi bem sucedido. 

O Banco assinou um acordo com todas as organizações sindicais para a ativação do fundo de solidariedade para 2014, com o objetivo de reduzir o efetivo em 1334 unidades. Que abrangerá os funcionários da Banca Mps, Consum.it, Mps Capital Services Banca per le Imprese e Mps Leasing & Factoring, pertencentes às Áreas Profissionais e Gerentes Intermediários que acumularão o direito a benefícios de pensão após o final de outubro de 2014 e até 30 de dezembro de 2019.

O risco da carteira AFS continua, com títulos do governo italiano situando-se em cerca de € 19,2 bilhões em comparação com € 22,4 bilhões um ano atrás. A Mps obteve então a autorização para o lançamento do banco online Widiva a partir do quarto trimestre do ano.

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