A Michelin está de volta aos trilhos. "Estamos estudando um possível retorno à Fórmula 1", disse um porta-voz da fabricante de pneus à France Presse nos bastidores do Grande Prêmio da Bélgica.
Uma afirmação surpreendente, não só pelo calendário extremamente curto. No final de 2006, o grupo de Clermont-Ferrand havia saído do circo dos Grandes Prêmios batendo a porta, após um cabo de guerra com a FIA, argumentando que não tinha interesse em ser o fornecedor de pneus para monolugares se não poderia competir com um concorrente.
"Saímos quando a federação internacional decidiu que todos os carros deveriam ter o mesmo fornecedor de pneus - explicou Nick Shorrok, diretor de prova da Michelin em 2011 - enquanto assim for, não voltaremos".
Uma discussão que está desmoronando, enquanto o contrato com a Pirelli - atual fornecedora - ainda não foi renovado, a três meses do final da temporada. As equipes hoje sofrem com os problemas decorrentes da degradação prematura dos pneus italianos e devem pensar no futuro, com o desenho de novos carros para 2014, com inovações tão grandes que os obriguem a repensar os pneus.
“Sabemos o que a Fórmula 1 pode representar em termos de visibilidade. Estamos prontos para apresentar novas ideias para garantir a espetacularidade das corridas e acolher os desafios das novas tecnologias”, disse o atual diretor de corridas da Michelin, Pascal Couasnon, em junho.
Em 2010 já havia negociações para trazer de volta o grupo francês, no lugar dos japoneses da Bridgestone, mas no final foi a Pirelli quem venceu. Agora a Michelin quer que a mudança no regulamento técnico e o número de trocas de pneus não ditem mais a composição do pódio. "Os pneus não merecem a imagem que têm hoje na Fórmula 1 - continua Couasnon - nos ralis, trabalhamos de forma a usar 20% menos pneus nas mesmas distâncias durante a temporada".
Neste momento, o grupo francês marca presença nos ralis do WRC, corridas com carros mais próximos dos utilizados pelo grande público, mas menos visíveis nos media. A Michelin afirma poder fornecer pneus para os primeiros testes da temporada de 2014, previstos para o final de janeiro.
A reação da Pirelli foi imediata: “Dizer que já estamos prontos para 2014 é uma farsa. Leva um ano a mais”, disse Paul Hembery, diretor de corrida da fabricante italiana de pneus.
