comparatilhe

Alfândegas e negócios: Seminário Assonime-ADM

Em workshop realizado em Milão e promovido em conjunto pela Assonime com a Alfândega e o Monopoli, foi discutida a importância que as questões aduaneiras podem assumir no comércio internacional: hoje existem cerca de 300 acordos comerciais de bens e serviços

Alfândegas e negócios: Seminário Assonime-ADM

Até à data, estão em vigor quase trezentos acordos comerciais de bens e serviços em todo o mundo, dos quais cerca de quarenta são assinados pela UE que, no âmbito das relações com países terceiros, atua como uma entidade única. Essa complexa rede de acordos nos faz compreender a importância que as questões aduaneiras podem assumir nas trocas comerciais internacionais. E por que o O workshop promovido conjuntamente pela Assonime com a Agência de Alfândegas e Monopólios, realizada ontem em Milano, no Centro de Congressos de Stellane.

O conceito de origem - foi sublinhado durante o seminário - não deve ser confundido com o da origem da mercadoria, mas exprime a ligação com o local onde a mercadoria foi produzida, a sua nacionalidade e, neste contexto, é fundamental a distinção entre a origem não preferencial (ou comum) e a origem preferencial de uma mercadoria. No primeiro caso, aplicam-se as regras de tributação aduaneira ordinária e medidas não fiscais de política comercial e económica (por exemplo, a aplicação de direitos anti-dumping). No segundo, regulado por acordos comerciais internacionais, são aplicados regimes tarifários preferenciais. Nem sempre é fácil para as empresas navegar em um número tão grande de acordos de forma que, muitas vezes, o desconhecimento resulta em prejuízos econômicos. Apenas 67% dos exportadores da UE - observou-se durante o debate - utilizam os benefícios dos Acordos de Livre Comércio com uma perda anual estimada em cerca de € 60 bilhões.

“A componente aduaneira do custo do produto – sublinhou Ivan Vacca, Co-Gerente Geral da Assonime – pode assumir um peso muito significativo e as regras relativas à origem das mercadorias constituem uma área de importância prioritária no planeamento empresarial. Portanto, não só recomendável, mas necessário para que as empresas se conscientizem da importância de conhecer as regras sobre a origem das mercadorias e acompanhar sua evolução, como no caso da negociação de novos acordos comerciais. Só assim poderão prosseguir o objectivo de maximizar os tratamentos aduaneiros preferenciais e outras oportunidades concedidas pela legislação comercial internacional, mas também eliminar ou reduzir quaisquer incertezas na aplicação das complexas regras sobre a origem das mercadorias, tornando adequadas utilização do instrumento da Informação Vinculativa de Origem (BOI) válido para todos os países membros da UE”.

"A Agência de Alfândegas e Monopólios - explicou Cinzia Bricca, Subdiretora e Subdiretora da ADM - empreendeu, em consonância com o papel das Alfândegas estabelecido pela legislação europeia, um processo de reorganização visando fortalecer a função de segurança das fronteiras da UE e favorecer a crescimento econômico da Itália, facilitando a movimentação de mercadorias nas trocas internacionais. Neste contexto, assume particular importância o impulso para a divulgação, junto dos operadores económicos, das vantagens decorrentes da posse de informação vinculativa sobre a origem, que confere segurança jurídica nas suas relações com a Agência e com outros parceiros comerciais. O conhecimento das regras de origem aduaneira e a utilização do IVA permitem – concluiu – um melhor planeamento das empresas e uma consequente maior competitividade nos mercados externos”.

Comente