O medo de um súbito surto deinflação. De fato, a tendência dos preços está crescendo. O Eurostat confirmou sua estimativa rápida na terça-feira taxa de inflação anual registada em Janeiro na zona do euro: +0,9%, de -0,3% em dezembro (mas em janeiro de 2020 era de 1,4%). Já na UE, passou de 0,3 para 1,2% (contra 1,7 no ano anterior). Na Itália passamos de -0,3% em dezembro para +0,7% em janeiro.
Tudo isso deveria preocupá-lo? De acordo com centro de estudos Ref pesquisa, não. “Nas últimas semanas, o debate centrou os holofotes no risco de um aumento sustentado dos preços – escrevem os analistas – A razão são as políticas orçamentais lançadas e anunciadas nos EUA. Alguns economistas de renome, além de de orientação democrática e favoráveis ao uso ativo da alavanca orçamentária, criticam as novas medidas por acreditarem que a expansão fiscal pode ser excessiva. Outros, porém, argumentam que, como por vários anos, mais uma vez o ciclo da economia real não terá impacto significativo sobre a inflação”.
Neste cenário, desde o verão passado, o Fed esclareceu que "sua nova estratégia visa alcançar o nível máximo de emprego: não se joga antecipadamente na elevação das taxas, e antes de combater a inflação mais alta é preciso verificar se isso realmente ocorre", continua Re Ricerche.
Quanto ao invés a zona do euro, "onde a política orçamental é decididamente mais prudente do que nos EUA - sublinham os analistas - não dá sinais concretos de aumentos de preços: os aumentos observados e os que ocorrerão estão relacionados fatores transitórios, como aumentos de preços de commodities e mudanças na taxa de IVA na Alemanha. A recuperação europeia, quando se concretizar, será caracterizada por uma concentração dos aumentos da procura em setores de serviços onde a capacidade ociosa é elevada. A crise levou a uma grande subutilização da força de trabalho, apenas parcialmente captada nas estatísticas oficiais, e nos próximos meses elas começarão a surgir sinais de pressão descendente sobre os salários. Até o BCE pode ir com calma, até porque os níveis máximos de emprego estão mesmo muito longe de nós”.