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Guerra tarifária EUA-UE e testes de mercado para o governo Conte

Enquanto a guerra tarifária desencadeada pelo presidente Trump contra a Europa está em andamento, hoje os mercados estão testando o novo governo Lega-Five Star pela primeira vez – Madri também está no centro das atenções com o agravamento da crise política – Deutsche Bank afunda

Guerra tarifária EUA-UE e testes de mercado para o governo Conte

“Tornar a América grande novamente não significa fazer 29 novamente”. Foi assim que o senador republicano Ben Sasse interpretou o estado de espírito de parte significativa de Wall Street e da indústria na noite passada após a iniciativa inédita de Donald Trump que motivou tarifas contra a União Europeia com a "defesa do interesse nacional".

Bruxelas já anunciou uma reação proporcional aos danos (as primeiras medidas valem 2,8 bilhões de euros). Os produtores de Harley Davidson (-2,17%) e de bourbon serão, sem dúvida, afetados. O México mirou nas sopas Campbell (-2,5% na bolsa) e nos molhos McCormick (-3%).

Mas Wall Street acredita que o desafio está apenas começando. O Dow Jones caiu 1%. S&P 500 0,66%. Nasdq -0,27%.

Os grandes nomes do setor sofreram: Boeing -1,7%, Caterpillar -2,2%.

A fragilidade do petróleo bruto penalizou a Saipem (-0,33%); A Eni manteve-se inalterada e a Tenaris -3,25%, esta última afundada sobretudo pelas tarifas do México, onde o grupo liderado por Paolo Rocca tem fábricas.

A Itália, talvez, hoje não ocupe mais o título da agenda das preocupações do mercado. Você arrisca, no dia da apresentação do novo governo italiano, a abertura de uma delicada crise política na Espanha, que se entrelaça com o nó da autonomia, Catalunha e País Basco na liderança.

Não menos quente, como já vimos, está o tema da guerra comercial entre os Estados Unidos e o resto do mundo, incluindo a China, sua grande rival, no centro das negociações do próximo fim de semana, que serão prejudicadas pela iminente cúpula de Cingapura entre Kim e o presidente dos EUA.

HOJE PRIMEIRO TESTE PARA O GOVERNO CONTE

Mas a prova mais urgente e exigente para a Europa ainda diz respeito à Itália, que aguarda a prova da confiança no novo governo.

No final, após o conclave mais longo e incerto da história republicana, a fumaça branca chegou de fato para o primeiro-ministro Giuseppe Conte. É legítimo ter dúvidas sobre a solidez da fórmula e a duração do executivo. Ou sobre o quanto este governo de estreita maioria poderá conseguir, saudado por frases deliberadamente insultuosas de Jean-Claude Juncker ("Os italianos trabalham mais e são menos corruptos").

Mas os mercados, que como nos adverte Alessandro Fugnoli "nem sempre têm uma só alma", provavelmente celebrarão hoje a interrupção (se não o fim) de um pesadelo que custou mais de 200 bilhões em termos de capitalização bolsista (desde janeiro há uma queda de 0,316% contra um ganho de cerca de 10% em torno de 4 de março) e cerca de 150 bilhões de rendimentos mais altos em títulos do governo.

MADRI ESTÁ EM FOCO HOJE

A febre na Itália diminui, embora apenas ligeiramente. Os holofotes da Zona Euro deslocam-se para Madrid, palco hoje de uma dramática sessão parlamentar que poderá levar à demissão de Mariano Rajoy com uma posterior, provável, nova votação antecipada. Entretanto, o aumento dos impostos norte-americanos sobre as importações de aço e alumínio da União Europeia, em vigor a partir de hoje, não foi evitado, como se esperava até ao fim. Em suma, a frente geopolítica apresenta bastantes problemas para a Zona Euro, a poucas semanas da gestão do BCE, que terá de enfrentar tanto o abrandamento da economia como a recuperação dos preços mais rápida do que o esperado.

MILAN EQUAL, DEUTSCHE BANK SINKS

A Bolsa de Milão encerrou uma sessão quase "normal" quase plana, aguardando o desbloqueio da crise política. No final, o índice Ftse Mib fechou com uma queda muito leve de 0,06% para 21.784 pontos com um volume negociado no nível mais alto da semana em 5,8 bilhões de euros, consolidando a ligeira alta depois de ter tocado seu mínimo dois dias antes de 11 de julho. , 2017. No mês de maio, a tabela de preços caiu 9,154%

A pior bolsa foi a de Frankfurt -1,4%. Além da queda das ações automotivas, afetadas pelas tarifas americanas, pesou a derrocada do Deutsche Bank (-6,93%), punido pelo Federal Reserve porque sua divisão americana apresenta “questões críticas capazes de comprometer sua estabilidade”.

Madri também ficou no vermelho (-1,05%) aguardando o veredicto das Cortes sobre o governo. Apesar do não à confiança anunciado pelo partido basco, o primeiro-ministro não renunciará. Paris -0,53%, Londres -0,15%.

SPREAD PARA 253. JAPONESE COMPRAR AÇÕES SHORT

Também houve grandes oscilações no secundário ontem, com os principais índices de referência registrando altas significativas após a turbulência que caracterizou as últimas sessões.

A yield a dez anos fechou em 2,88% e o spread com o Bund é de 253.70 pontos base (-7,48%).

Além do CDP e outros investidores italianos, grandes investidores japoneses também operavam no mercado. O diretor de investimentos da Japan Post Insurance disse à Reuters que a empresa, também conhecida como Kampo, passou a comprar títulos do governo italiano de curto prazo depois que recentes quedas os tornaram mais atraentes.

O salto futuro do Btp de dez anos foi forte, ganhando 428 pontos-base, subindo para 129,12 após fechar ontem em 124,84. Um fenômeno condicionado pela baixa liquidez que não se repetiu no caixa.

Depois de atingir um mínimo de 2%, o rendimento de 0,89 anos saltou para os máximos da sessão de 1,40% e em torno do fechamento de 1,26%. Ao mesmo tempo, o diferencial no segmento de 2 anos situa-se em 198 pontos base após uma flutuação entre 157 e 218.

FCA, AGUARDEM QUE O SHOW ESTÁ CRESCENDO

No front patrimonial, os temores sobre a disposição de Trump de negar acesso ao mercado americano para marcas alemãs de alto padrão pesaram sobre o setor na Europa (a cesta perdeu 0,84%), mas a Fiat Chrysler +2,05% conseguiu aproveitar o efeito da espera para a apresentação do plano de negócios hoje. Na esteira de Exor +1,81%. A Brembo também se saiu bem: +0,33%. Destaque para Cnh Industrial (-0,84%) e Ferrari (-0,46%).

Leonardo (+1,94%) e Prysmian (+1,23%) também subiram entre os industriais.

AS TÍTULOS DÃO UM CHARME AO BPM

Entre os bancos, destacou-se o Banco Bpm (+2,4%). A empresa anunciou a venda, via titularização, de uma carteira de crédito malparado por um valor nominal bruto de 5,1 mil milhões.

Os infortúnios do Deutsche Bank também amorteceram a recuperação dos bancos registrada pela manhã: a cesta encerrou as negociações com queda de 0,13%. Unicredit -0,2%, Intesa Sanpaolo -1%, Mediobanca -1,5%.

RECUPERAR AS SALAS GERAIS GERENCIADAS

A recuperação das economias administradas continua, atingida por vendas massivas após o colapso da Piazza Affari. Banca Mediolanum +1,1%, FinecoBank +1%, Poste Italiane +0,22%. Queda acentuada da UnipolSai (-4,42%) e Ugf (-2,52%). Generali aumentou (+2,32%).

OK LUXO, O TIJOLO É RESISTENTE

Num contexto de venda generalizada de ativos italianos, os investidores mostram uma tendência para recompensar os exportadores, sobretudo de luxo: Salvatore Ferragamo +2,02%, Moncler +1,87% e, entre as mid caps, Brunello Cucinelli (+4,74%).

A onda de vendas de serviços públicos e negócios regulados continua inabalável: Enel -1,03%, Snam -1,87%, Terna -1,29%. Venda A2A (+1,18).

Fora da cesta principal, chama a atenção a redescoberta do setor imobiliário: Risanamento +13,96%, Nova Re +9,86%, Bastogi +4,04%.

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