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Gás russo, o Conselho da UE também o teto dos preços. Alemanha aumenta alerta de oferta

Gás russo, a sua utilização como arma contra a Europa, o preço máximo, a inflação: estes são os temas centrais do Conselho da UE, depois da Ucrânia

Gás russo, o Conselho da UE também o teto dos preços. Alemanha aumenta alerta de oferta

O gás russo é o verdadeiro protagonista do Conselho da UE que abre hoje, quinta-feira, 23 de junho, em Bruxelas. O primeiro dia é dedicado à Ucrânia, mas o teto para o preço do gás importado da Rússia, solicitado pela Itália, é um dos assuntos em pauta. Os líderes dos 27 países da União Europeia têm números impressionantes para discutir. A emergência do gás já custou 62 mil milhões aos países da UE, uma soma colossal paga desde 24 de Fevereiro – data do início da guerra da Rússia na Ucrânia – até hoje nos bolsos de Vladimir Putin. Os preços do gás russo continuam a subir e depois o alarme levantado pela IEA sobre a possível paralisação total dos fornecimentos da Rússia no próximo inverno, ameaçam tanto o preenchimento de estoques quanto os planos da UE para a transição energética para fontes renováveis.

Il Conselho da UE abre-se, portanto, sobre a Ucrânia e continua na sexta-feira, 24 de junho, sobre a emergência do gás e a crise econômica induzida pela guerra desencadeada pela Rússia. O passar dos meses pressionou a coesão dos 27 líderes e a discussão promete ser "séria" e "intensa": dois termos pronunciados por várias fontes no interior da cimeira da UE e que prenunciam possíveis embates.

Gás russo: tetos de preços e inflação no centro do Conselho da UE

A emergência do gás continua monopolizando a atenção dos líderes europeus. No limite de preço do gás ou limite de preço – repetidamente solicitado pela Itália e pelo primeiro-ministro Mario Draghi – o consenso dos 27 continua a faltar e a proposta da Comissão, no horizonte, ainda não existe. No entanto, uma menção ao teto do preço do gás foi incluída na minuta apresentada aos líderes e, portanto, será objeto de discussão. Para Mario Draghi, a medida continua a ser uma prioridade europeia e tem também um valor político próprio, o de uma contra-sanção à Rússia que vai fechando gradualmente as torneiras à Europa.

A referência ao preço máximo nas conclusões do Conselho Europeu será discutida até ao fim. Fontes europeias explicam que uma decisão operacional "só chegará entre setembro e outubro" e sublinham como, para alguns Estados-membros, com os cortes de gás implementados por Moscovo, o limite máximo de preços "poderá piorar a situação".

La tese de Itália vai na direção oposta: a interrupção progressiva do abastecimento de Moscou anula o temor de que, com o teto de preços, a Rússia feche as torneiras. Uma tese que é confirmada pelas palavras do chefe da Agência Internacional de Energia (AIE): a UE deve estar “preparada caso o gás russo seja totalmente cortado”, alertou na quarta-feira Fatih Birol. A posição da Alemanha será crucial, que permanece substancialmente contra ela, mas mais aberta ao confronto do que algumas semanas atrás.

As consequências: Alemanha e Itália voltam ao carvão, o alarme do gás dispara

A Alemanha anunciou que passou para a segunda fase do plano de gás. Após o alerta, lançado nos últimos meses, agora passou para o alarme. A terceira etapa é a declaração de emergência. A informação foi comunicada pelo Ministério da Economia alemão, liderado por Robert Habeck.

“Neste momento o abastecimento de gás está garantido”, garantiu ainda o ministério. Na prática, "o gás é imediatamente uma mercadoria escassa na Alemanha", disse ele Habeck Em Berlim. “Temos que reduzir o uso de gás já no verão”, disse. O verão é “enganador”, “mas o inverno está a chegar e temos de encher os depósitos”, acrescentou. Habeck exortou os alemães a "fazer um esforço nacional". “Estamos em um confronto econômico com a Rússia e o gás está sendo usado como arma”, disse ele.

A outra consequência imediata, pelo menos por enquanto, é a voltar ao carvão para compensar os cortes no fornecimento de gás da Rússia. A Alemanha anunciou no domingo passado, destacando o quão amarga foi a decisão. A Itália está avaliando cuidadosamente, assim como a Holanda e a Áustria.

Conselho da UE, as outras questões econômicas na mesa dos líderes

Sexta-feira atende antesEurocimeira e depois a sessão da cimeira europeia dedicada às questões económicas. O presidente da BCE, Christine Lagarde, vai ilustrar as bases do novo escudo anti-spread e anti-fragmentação aos líderes da zona euro, que está a causar perplexidade entre os países do Norte da Europa. Nas conclusões do Eurosummit – antecipadas em rascunho pela agência ANSA – há uma referência clara à inflação: será enfatizado que é em grande parte a guerra na Ucrânia e os altos preços da energia que a causaram. Algumas capitais, explicam fontes diplomáticas europeias, também viram nessa passagem uma referência indireta ao preço máximo. Uma solução que, no entanto, não foi suficiente para a Itália.

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