comparatilhe

Chamas no artigo 18, Camusso a Renzi: "Você é como Thatcher e Berlusconi"

O secretário da CGIL troveja contra o Primeiro-Ministro e o seu ato de Jobs: "Parece-me que o Premier tem uma ideia que é a de políticas liberais extremas, ou melhor, que a redução das condições dos trabalhadores é a ferramenta que nos permite competir".

Chamas no artigo 18, Camusso a Renzi: "Você é como Thatcher e Berlusconi"

“Parece-me que o primeiro-ministro tem em mente um pouco demais o modelo Thatcher. A consequência do modelo dos últimos vinte anos é a precariedade e a não competitividade. Um modelo feito de divisões”. Esta é a acusação lançada contra o primeiro-ministro Matteo Renzi por Susanna Camusso, líder da CGIL, Susanna Camusso, comentando o projeto reforma trabalhista lançado pelo Governo. 

À margem da inauguração da nova sede da CGIL-Lombardia, em Milão, Camusso acrescentou que “não tínhamos e não precisamos de um mercado de trabalho de segunda classe. Parece-me que o Premier tem uma ideia que é a das políticas liberais extremas, ou seja, que a redução das condições dos trabalhadores é a ferramenta que nos permite competir, e não tem uma ideia muito fundamental, que é a necessidade de criar empregos de qualidade, avançar na inovação, impulsionar os investimentos em pesquisa e inovação”.

É esta “inversão de fatores – explicou o dirigente da CGIL – que me recorda a época do liberalismo, cujas consequências a Europa ainda está a pagar. E continuando prisioneira da austeridade e do rigor, como se sabe, não resolveu a crise em nenhum país e aliás hoje está a causar problemas também aos seus próprios países que se recuperaram um pouco”. Quanto à ideia de que "a desconstrução das formas de contratação contratual é um elemento que permite a competitividade no mercado de trabalho", Camusso considera que neste ponto Renzi está "em continuidade" com Berlusconi. 

“Lançamos o repto – concluiu o sindicalista, que não descartou a proclamação de uma greve geral -. A ideia é que o Estatuto dos Trabalhadores possa ser reformado, mas para que todos os trabalhadores, seja qual for o seu contrato, tenham os mesmos direitos dos trabalhadores permanentes. O sonho de todos nós é que todas as forças se unam para reconstruir um mundo de direitos dos trabalhadores. Infelizmente, com a Lei de Jobs nos deparamos com um quadro exatamente oposto”. 

Por outro lado, o senador Pietro Ichino (Scelta Civica), partidário das medidas que o governo Renzi gostaria de introduzir, adverte, falando ao Mix24, que "a reforma trabalhista deve ser implementada mesmo sem os sindicatos, se os sindicatos não entender a importância".

Comente