comparatilhe

Exor entre carros e luxo: para onde levam os movimentos de Elkann

John Elkann tenta cada vez mais equilibrar a carteira financeira: Stellantis, Ferrari e Lisso na primeira fila – Tem três bilhões para investir até 2023 – Só a Juve, depois de 9 anos de glória, causa perdas e tristezas para a família Agnelli

Exor entre carros e luxo: para onde levam os movimentos de Elkann

A Exor se tornará uma empresa financeira de luxo? Em certo sentido já o é, visto que ocupa o primeiro lugar entre as empresas do portfólio Ferrari com valor de 8,6 bilhões de dólares, a ruiva que possui múltiplos no mercado mais próximos das marcas do que do setor automotivo. Sem falar nas recentes compras na China, onde John Elkann apostou uma ficha de 80 milhões na marca Shangxia valorizado pelo amigo Axel Dumas, atual líder da Hermès, ou ainda mais nos saltos agulha da maison Christian Louboutin, meio bilhão de euros. Mas não é de todo certo, lendo as contas de 2020, que Elkann pretenda apostar demais em um setor que, líquido da Ferrari, vale apenas 2% do Valor Bruto do Ativo da Exor (valor do ativo mais dívida). patrimônio líquido de 29,5 bilhões de euros.

Durante o ano marcado pelo casamento da FCA com a Peugeot e os seguintes nascimento de Stellantis, aliás, o sobrinho da advogada também tem partido para outros rumos, bem como pelos caminhos das grifes. Ele investiu US$ 200 milhões em Através da, o aplicativo de mobilidade de Nova York, e muitos acabaram em Sementes Exor que investe em empresas em estágio inicial (38, por enquanto) seguindo os passos de amigos americanos: Jeff Bezos, entre outras coisas editor de Washington Post como João é deEconomista, e o próprio Elon Musk, outra referência naquela América que sempre foi o modelo a ser imitado, de Henry Ford para seu bisavô senador a David Rockefeller para seu avô advogado. 

Em suma, não se diz que o futuro da Exor fala apenas a linguagem do luxo. Até porque o core business por enquanto continua sendo o carro. La Ferrari mais que a Stellantis (7,4 bilhões de dólares) da qual, porém, a Exor controla apenas 14,6% do capital após entregar a liderança operacional a Carlos Tavares. Além de controlar 26,9% dos CNH Industrial, que negocia a venda da Iveco e uma participação na divisão FPT Industrial Powertrain para os chineses da Faw o que renderia mais caixa para os acionistas. Não, não é uma fuga da indústria, mas a necessidade de reequilibrar a carteira focando em ativos anticíclicos, capazes de compensar as oscilações de um setor que sempre foi flutuante, em perspectiva ainda mais, se pensarmos nos problemas ambientais que inevitavelmente impactarão o mundo automotivo. Ou a absorção de capital que a nova mobilidade elétrica implicará e mais além.  

Deve contribuir para garantir um futuro anticíclico ParceiroRe, o resseguro adquirido por Elkann a conselho de Warren Buffett que, na verdade, Elkann já tentou revender aos franceses de Covea que no último momento, graças à pandemia, reconsideraram, desistindo de um negócio de 8 mil milhões. Elkann, que na ocasião recusou um desconto ao grupo transalpino, confiou a liderança da empresa a Jacques Bonneau para um relançamento baseado em algoritmos e tecnologias sofisticadas. Sem ansiedade ou pressa também porque não há motivos para levantar dinheiro no horizonte. Mesmo em um ano difícil como 2020, de fato, o ativos do cofre do grupo Agnelli/Elkann cresceu (3,34 mil milhões de euros). O vermelho no final do ano, um prejuízo de 30 milhões de euros a ser vinculado ao passivo da Cnh Industrial e da Juventus, não impediu o conselho de administração de manter o dividendo inalterado  face a 2019 destacando um cupão de 100 milhões a submeter a votação na próxima assembleia geral de 15 de abril. Isso significa 53 milhões para o que costumava ser a sociedade limitada da família Agnelli com seus três ramos principais (Elkann, Nasi e Agnelli) e seus descendentes diretos.

Sem esquecer o dividendo extra arrecadado por ocasião do nascimento da Stellantis que ainda garante um poder de caixa considerável: se somarmos o dividendo extraordinário pago pela Stellantis na fusão, a distribuição do cupom e a do dinheiro e das ações da Faurecia, somente da Stellantis para Exor pouco mais de um bilhão. A capacidade de investimento da Exor será, portanto, de cerca de 3 bilhões até 2023. Líquido do cheque para Louboutin, isso significa que Exor pode gastar, mesmo de imediato, 2,5 mil milhões de euros. Mas fazer o quê? Talvez se entenda alguma coisa da carta aos acionistas que será tornada pública dentro de alguns dias, às vésperas da assembleia de 15 de abril, no estilo Warren Buffett. Para a ocasião, será entendido se John, nascido em Nova York, com ensino médio em Paris, pretende seguir o caminho francês ou o de seus amigos americanos. A menos que, para seu despeito, ele seja forçado a gastar uma ficha em remediar as contas da Juventus em caso de falha na qualificação para a Liga dos Campeões.

Comente