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Ecclestone paga US$ 100 milhões para rejeitar acusações de corrupção

O dono da Fórmula 1, Bernie Ecclestone, está prestes a assinar um cheque de 100 milhões de dólares para encerrar seu julgamento por corrupção – Ecclestone assinou o acordo com o promotor de Munique na última sexta-feira – Só falta o sim do juiz Peter Noll, que, em caso de recusa, retomar as audiências já na quarta-feira.

Ecclestone paga US$ 100 milhões para rejeitar acusações de corrupção

Não é a primeira vez que Bernie Ecclestone, o governante absoluto da Fórmula 1, se vê assinando cheques milionários. Neste caso, porém, o pagamento será mais amargo: os 100 milhões que está prestes a pagar servirão, na verdade, para encerrar o processo em que é acusado de corrupção. O acordo chegou na última sexta-feira e foi aceito pelos advogados de Ecclestone e pelo Ministério Público de Munique. Falta apenas o aval do juiz Peter Noll, que, em caso de (improvável) recusa, retomaria as audiências já na quarta-feira.

O próprio Noll, por outro lado, deixou claro que é impossível avançar com a investigação a menos que informações mais detalhadas sejam obtidas sobre os $ 44 milhões que Ecclestone pagou a Gerhard Gribkowsky em 2006. A hipótese da acusação era de que o dinheiro havia sido usado para pilotar a venda da participação do BayernLB na Fórmula 1 – banco do qual Gribkowsky era presidente – para o fundo de investimentos CVC, que agora controla o principal campeonato automobilístico.  

Por seu lado, Sven Thomas, advogado de Ecclestone, nega a culpa do seu cliente: “Foi um pagamento sem qualquer condenação – disse ao Independent -, a presunção de inocência não muda em nada. O senhor Eccleston quer que o caso seja encerrado logo, pois tornou-se demais para suportar as acusações".

O advogado então ironicamente acrescentou que com aquele dinheiro outro belo circuito poderia ter sido construído na Alemanha. A lei alemã prevê que os julgamentos podem ser interrompidos por um pagamento a instituições de caridade ou ao Tesouro, se todas as partes concordarem. Tanto que o escritório de Ecclestone já havia feito uma proposta de pagamento em junho, mas não foi aceita. Agora as circunstâncias parecem ter mudado e a oferta milionária - a mais alta que o estado alemão já recebeu para um julgamento - foi aceita pelas partes. 

Se o acordo for aprovado, Ecclestone não correrá mais o risco de 10 anos de prisão, nem de perder sua posição dentro do consenso da Fórmula 1. O rei dos motores de 83 anos certamente não é novo para figuras magras, mas no final, se o 'ela sempre escapava. Entre os inúmeros precedentes, vale lembrar o milhão de libras que ele deu ao Partido Trabalhista em 1997 para que não se opusesse à propaganda de cigarros durante o GP: naquela ocasião a doação foi devolvida ao remetente por Tony Blair.

Por fim, as tiradas infelizes do magnata britânico foram inúmeras: de "as mulheres são eletrodomésticos" (em 2000) a "Hitler era um homem que completava as coisas" (em 2009), até o recente endosso ao anti-gay lançado por Vladimir Putin. 

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