O primeiro-ministro grego Alexis Tsipras reiterou que “dO referendo de domingo não será sobre a permanência da Grécia no euro”, mas que o problema é a redução da dívida. E acrescentou que precisamente a sua insustentabilidade justifica a opção do governo grego em não aceitar o plano e as medidas propostas por Bruxelas.
Em uma mensagem televisionada à nação durante o último dia de campanha antes do referendo de domingo, Tsipras renovou seu pede aos gregos que votem "não à chantagem e ao ultimato", com base no relatório do Fundo Monetário Internacional que, se por um lado destacou o agravamento da situação grega, estimando a necessidade de mais 50,2 bilhões em ajuda nos próximos três anos, por outro lado também apontou o dedo para o declínio da sustentabilidade da dívida grega até estimar uma relação dívida/PIB de 200% com o Grexit. "Ontem - argumentou Tsipras em seu apelo televisionado - ocorreu um fato de grande importância política: o FMI publicou um relatório sobre a economia da Grécia em que confirmou o óbvio: que a dívida grega não é sustentável”.
Um "não" ao referendo, insistiu assim o líder do Syriza, “reforçaria a posição de negociação do governo grego e levaria a melhores termos no acordo”. Hipótese rejeitada pelo presidente da comissão da UE Jean-Claude Juncker. "Se os gregos votarem 'não' no referendo de domingo, a posição da Grécia ficará dramaticamente enfraquecida", respondeu ele. E "mesmo que o resultado do referendo grego seja 'sim', as negociações serão difíceis".
Entretanto, enquanto as sondagens continuam a dar ao "sim" uma ligeira vantagem e em todo o caso credenciam frente a frente até o último, as reações vêm dos líderes europeus. “Nas últimas semanas, a situação na Grécia piorou dramaticamente”, disse o ministro alemão Wolfgang Schaeuble ao Bild, de acordo com uma prévia. Qualquer nova negociação com a Grécia "levará algum tempo", esclareceu posteriormente o ministro das Finanças de Berlim.