comparatilhe

Covid-19, impacto muito forte no trabalho: -274 mil empregados

Os dados do Istat de abril indicam que os trabalhadores temporários e os autônomos pagam o preço mais alto - A taxa de desemprego também cai, mas apenas graças ao boom (+5,4%) dos inativos

Covid-19, impacto muito forte no trabalho: -274 mil empregados

Os primeiros dados muito importantes sobre oimpacto da emergência do coronavírus no mercado de trabalho. A revelá-los está o Istat, que entrega uma fotografia preocupante do que aconteceu em abril, mês em que toda a Itália esteve encerrada para tentar conter as infeções da Covid-19.

Em abril, o número de pessoas ocupadas caiu 274 mil em relação a março. Em termos percentuais, trata-se de uma redução de 1,2%. As mulheres pagam o preço mais elevado pela emergência (-1,5%, igual a -143 mil), enquanto para os homens a redução é de 1% (-131 mil). Falando em vez da natureza do emprego, apesar do congelamento dos layoffs em vigor até meados de agosto, a quebra mais acentuada diz respeito aos empregados (-205 mil empregados, 1,1%), e em particular temporários, que em abril registou um decréscimo de 129 mil unidades contra -76 mil dos empregados com contrato sem termo. Ruim também os independentes, que apesar de apresentar uma queda de -69 mil unidades, em termos percentuais marcam uma redução ainda mais significativa: -1,3% em relação a março. Em virtude destes dados, a taxa de emprego situa-se nos 57,9% (-0,7 pontos percentuais).

“A partir de abril de 2020 o efeito da emergência do COVID-19 no mercado de trabalho parece decididamente mais acentuado do que em março – comenta o Istat em nota – o emprego registou um decréscimo de quase 300 mil unidades, o que nos dois meses se traduziu num decréscimo global de 400 mil pessoas empregadas e de um ponto percentual na taxa de emprego. Em apenas dois meses, a taxa de desemprego diminui quase três pontos percentuais e a taxa de inatividade aumenta na mesma proporção”.

Em abril, o número de desempregados também cai, -484 mil em relação a março, enquanto a taxa de desemprego cai para 6,3% e a do desemprego juvenil para 20,3%. Boas notícias, então? Não, porque de acordo com o que o Istat explica para determinar o declínio é o boom dos inativos, cujo número no mês passado aumentou 746 mil unidades (+5,4%). Simplificando, a queda do desemprego se deve ao fato de que quem perdeu o emprego e quem antes não tinha nem procura mais um, desanimado com a desaceleração econômica causada pelo coronavírus. 

Os dados fornecidos pelo Istat para o trimestre fevereiro-abril também são preocupantes. De facto, face aos três meses anteriores, o número de empregados diminuiu 226 unidades, o de desempregados 497 mil unidades, enquanto o dos inactivos aumentou 686 mil unidades. 

Veja também: Coronavírus, trabalho: eis quem corre mais risco

Comente