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Futebol, do Leicester à Chapecoense: 2016 de contos de fadas com destinos opostos

No mundo do futebol, 2016 trouxe à tona dois contos de fadas com finais completamente diferentes: o do Leicester de Claudio Ranieri que, negando todas as previsões, triunfou na Premier League e aquele, fatal, da Chapecoense que do Brasileiro Série D conquistou vitórias toda a América do Sul antes de terminar em tragédia como aconteceu com o Grande Torino

Futebol, do Leicester à Chapecoense: 2016 de contos de fadas com destinos opostos

Do sonho ao pesadelo. Uma parábola que deixa um gosto ruim na boca, que é bem 2016. O conto de dois contos de fadas, apesar de tudo bastante parecido, e de seus finais bem diferentes. A de um sonho, precisamente, e a de um pesadelo chocante. O primeiro conto de fadas é o do Leicester, porque a história com S maiúsculo deste ano do futebol é certamente a da banda Ranieri.

Um grupo aparentemente maltrapilho, liderado por um velho treinador que nunca havia ganho nada, para colocá-lo nas palavras do inimigo Mourinho, ou que, de qualquer forma, nunca havia conquistado nada além de três copas nacionais entre Espanha e Itália, além de uma Supercopa da UEFA conquistada com o Valencia, em 2004.

O Tinkerman, a formação perpetuamente indecisa e em constante mudança, ele parecia mais um treinador do que nunca no final de sua parábola. O seu relançamento italiano (Juventus, Roma e Inter em rápida sucessão) terminou entre quase-acidentes, renúncias e isenções, para o eterno segundo que já não parecia sequer conseguir terminar em segundo, a julgar pela curta e terrível experiência no banco da Grécia.

Isenção, mesmo lá. Assim como deveria ter acontecido em Leicester também, de acordo com as probabilidades das casas de apostas. E, em vez disso, Vardy, além de correr fundo como um cavalo desgovernado, também começa a fazer gols, e Kantè percorre trechos de campo inimagináveis ​​para qualquer outro bípede e Mahrez encanta com o pé esquerdo.

O Leicester teve um bom começo, mas isso não vai durar. Afinal, aqueles pontos somados aqui e ali no início do campeonato, enquanto as outras equipes, as verdadeiras, ainda estão disputando, eles são apenas feno na fazenda para quando a primavera chegar e você terá que se salvar.

Então acontece que o Leicester é campeão de inverno, depois de vencer também o Chelsea de Mourinho, desencadeando a despedida dos portugueses, num primoroso círculo cármico que se fecha.

O perdedor vence o valentão, como em um filme. Como num filme, a quadrilha desgarrada, que reúne algum velho bucaneiro em torno de suas três estrelas, o goleiro filho de um lendário goleiro dinamarquês e um punhado de carnadianos autênticos e comerciantes honestos continua correndo na frente.

Como em um filme, os mocinhos vencem no final. Para o alegria universal dos fãs espalhados por toda parte, ansioso por retocar a consistência esquecida do inesperado, num futebol cada vez mais oligárquico.

Então o verão é a vez de Portugal. Não é um conto de fadas real, mas nem mesmo o vencedor esperado. Eram a Alemanha e a França, no máximo a Espanha. Não é um conto de fadas porque o pobre Portugal não é pobre. Há Cristiano Ronaldo, antes de tudo, mesmo que em uma versão humilde devido a algumas doenças demais, e depois a usual teoria infinita de alas técnicos tendendo para os meio-campistas irrealistas e possessivos.

Mas acima de tudo, uma defesa de ferro e feroz, construído pelo catenacciarissimo Fernando Santos em torno de Fonte e um Pepe que nunca foi tão confiável. Portugal lutou ao longo dos grupos, classificando-se por pouco em um grupo formado por Hungria, Áustria e Islândia. Então ele se viu enfrentando a estrada pavimentada de um placar em declive, avançando sem vencer nos noventa minutos até a semifinal contra o País de Gales de Bale.

Então há a final contra a anfitriã França, que sonham em reencontrar o amor pela cor azul da camisa. Ronaldo desmorona depois de alguns minutos, não acontece muita coisa. No final a reserva de reserva resolve, o centroavante, se é que assim se pode definir, Nenè, com um remate que partiu sem pretensões do trocarte e caiu como se fosse a coisa mais natural do mundo em o canto à direita de Lloris.

Não um conto de fadas, talvez, mas a vitória inesperada de um futebol prático e muito humilde, entre mérito e fortuna. A outra fábula, em vez disso, é aquela que se transformou em pesadelo.

em 2009 A Chapecoense disputou a Série D do Brasileiro. No mês passado, ele teria disputado sua primeira final da Copa Sul-Americana, o equivalente à UEFA do outro lado do oceano.

O avião que levaria a seleção brasileira à Colômbia para o jogo contra o Nacional de Medellin nunca chegou ao seu destino. Na reconfiguração de uma das tragédias clássicas do futebol, um novo Superga, caiu em uma área montanhosa nos arredores da cidade colombiana.

Poucos sobreviventes, muitas vítimas: o atacante Bruno Rangel, o lateral Dener, o lateral Gil, o meia Cleber Santana e o goleiro Danilo, entre eles. Também o técnico Caio Júnior, 51 anos e passagem por praças nobres como Flamengo, Palmeiras e Botafogo.

Nomes que podem não significar nada para muitos de vocês, mas que logo se imprimiram no imaginário de uma das mais dolorosas tragédias da história do esporte. O conto de fadas com o final de pesadelo.

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