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Bolsas europeias oscilam entre a deflação e o terrorismo e entre o euro, o petróleo e a Grécia

A Piazza Affari começou bem - Deflação, desvalorização do euro, petróleo, emergência grega e agora também terrorismo: estas são as cinco causas que mantêm as bolsas europeias em equilíbrio enquanto Wall Street e a Ásia sorriem - Bunds alemães abaixo zero, Tesouro oferece Bot de 8 bilhões - Brasil empurra diretoria da FCA - Mediolanum hoje após jogada surpresa de Berlusconi

Bolsas europeias oscilam entre a deflação e o terrorismo e entre o euro, o petróleo e a Grécia

O emprego nos EUA sobe, as Bolsas recuperam o bom humor. Em dezembro, o emprego no setor privado dos EUA cresceu 241 unidades, contra as 227 esperadas. Enquanto isso, a ata da última reunião do Fed revela uma visão de otimismo cauteloso: a inflação baixa não é um obstáculo para a alta dos juros, mas o aperto não virá antes de abril. 

Na onda desses sinais, Tóquio obteve uma alta robusta de 1,7%, seguida pelas demais bolsas asiáticas. Em Nova York, o índice Dow Jones ganhou 1,22%, o S&P 500 em torno de 1% e o Nasdaq 1,26%. 

A queda das reservas americanas de petróleo favoreceu uma tímida recuperação do petróleo bruto: o WTI avançou 72 centavos para 48,65 dólares o barril. As exportações de petróleo bruto dos EUA atingiram um recorde desde 1920 em novembro.

QUADRADO DE NEGÓCIO NO VERMELHO. ATENAS AINDA PARA BAIXO 

Apesar da recuperação, no entanto, as tensões no mercado permanecem altas. A delicada situação da Europa condiciona o ânimo dos mercados, às voltas com a crise grega e em choque com o ataque ao Charlie Hebdo em Paris. 

Ontem, pela primeira vez desde 2009, o índice de preços no consumidor da Zona Euro caiu abaixo de zero, para -0,2%. Para os "falcões", a julgar pelas reações, nada mudou: Jeroem Djissembloem, presidente holandês do Eurogrupo, destacou que a inflação, ajustada pelo petróleo, está em ligeira recuperação (de 7 para 0,8%).

Pelo contrário, os mercados financeiros dão por certo o próximo lançamento pelo BCE do programa de compra de obrigações governamentais de países europeus. Daí a recuperação quase geral das listas europeias. 

Nesse ínterim, o euro continua perdendo terreno: 1,1819, apenas um pouquinho dos mínimos de 2006 de 1,1802.

Milão é a exceção. Traído pelo abrandamento final dos bancos, o Piazza Affari falhou o encontro marcado com o ressalto após duas sessões negativas. O índice FtseMib fechou mais uma vez em baixa: -0,11%.

As outras bolsas europeias fecharam as negociações em território positivo: Frankfurt subiu 0,51%, Londres 0,84% e Madrid 0,21%. Paris também subiu (+0,72%), apesar da emoção pelo massacre.

No entanto, a tensão permanece alta na Grécia em vista das eleições de 25 de janeiro. A Bolsa de Valores de Atenas perdeu 1,46%.

AÇÕES ALEMÃES ABAIXO DE ZERO. O TESOURO OFERECE 8 BILHÕES DE BOTS

O rendimento dos títulos do governo de 10 anos subiu para 10,27% (de 9,74% ontem), o maior desde setembro de 2013. O efeito da deflação está ficando mais forte na frente dos títulos do governo europeu. Ontem a Irlanda, já um dos grandes prejudicados da Zona Euro, colocou a obrigação a 0,867 anos a uma taxa de XNUMX%. 

A Alemanha colocou ontem 4,084 bilhões de Schatz em dois anos a uma taxa negativa de -0,11%. O rendimento do Bund atingiu uma nova baixa histórica em 0,442%, fechando em 0,47%. Já o BTP de 1,91 anos subiu para 1,86%, ante 144% anterior. O spread com o Bund está em 3 (+8 pontos base). Na segunda-feira, o Tesouro oferecerá 12 bilhões de BOTs de 9,3 meses (contra XNUMX bilhões a vencer.

BRASIL EMPURRA FCA, FINMECCANICA VOA PARA O ESPAÇO

A marcha da FCA continua (+0,88%), suportada por uma chuva de relatórios positivos dos analistas: depois da sobreponderação da Morgan Stanley (target de 13 para 14 euros), ontem foi a vez da Equita (11,4 euros, rating de compra), Banca Imi (12 euros), Akros e Ibcpi (ambos 111,5 euros). Os resultados do grupo no Brasil favoreceram o aumento, onde a FCA mantém a liderança do mercado com 21% de participação, bem acima de GM e Volkswagen, que detêm 17%. 

Dia positivo também para outros valores industriais. Stm (+2%) recupera as perdas do início do ano. A queda do euro frente ao dólar beneficia o grupo das fichas: para cada ponto percentual de valorização do dólar frente ao euro, o EBIT da empresa se beneficia em cerca de 8 milhões de dólares por trimestre. 

A Finmeccanica também se destacou (+1,56%) na sequência da notícia de que a Thales Alenia Space foi escolhida pela Agência Espacial Francesa para a construção do satélite oceanográfico SWOT.

BANCOS FRACOS EXCETO CARIGE. BERLUSCONI APLICA-SE AO MEDIOLANUM

Bancos fracos na Europa, ainda mais na Itália. O Stoxx do setor europeu cai 0,25%, o italiano cai mais de 1%. Bper (-2,25%) recebe o pior título bancário não procurado, seguido de perto por Ubi (-2,08%). As perdas do Unicredit (-0,9%), Monte Paschi (-0,1%), Banco Popolare (-0,3%), Pop.Milano (-0,5%) e Intesa (-1,2%). Em sentido contrário, manteve-se a subida da Carige (+2,7%), apoiada no apelo especulativo de uma possível entrada de Andrea Bonomi no capital.

A reunião do conselho da Mediolanum será realizada hoje (-1,06%): na ordem do dia está a constituição do fideicomisso para conferir a participação superior a 9,9% conforme solicitado pelo Banco da Itália. . Uma nomeação que ocorre vinte e quatro horas depois da decisão surpresa de Silvio Berlusconi, o primeiro acionista da holding, de contestar a disposição emitida pelo Palazzo Koch no outono. 

UBS PUNE TERNA, ENI EM RECUPERAÇÃO

Dia de altos e baixos para os estoques de petróleo. A Eni fecha em alta de 0,5%, a Saipem termina em baixa de 2,4%. Entre as concessionárias, a Enel fechou ligeiramente em baixa (-0,17%), apesar de estar incluída na lista de ações preferenciais do UBS com recomendação de compra e preço-alvo de 5 euros. A mesma corretora colocou a Terna (-0,44%) na lista de ações menos preferidas (rating de venda, preço-alvo em 3,4 euros). O julgamento do Credit Suisse também é severo: underperform (o preço-alvo baixou de 3,5 para 3 euros).

Snam estável (+0,05%): para o Credit Suisse a opinião é neutra, preço-alvo revisto de 4,3 para 4 euros. 

DEUTSCHE BANK PROMOVE LUXO. SUPERSTAR LUXOPTICAL

O dia foi dominado pelo relatório do Deutsche Bank sobre ações de luxo. Luxottica brilha (+2% para 45,82 euros): o Deutsche Bank decidiu aumentar o preço-alvo para 48 euros face aos anteriores 44 euros, confirmando a opinião da Hold. O principal estoque de óculos do mundo se beneficia muito da força do dólar.

A corretora também elevou a meta de Salvatore Ferragamo (+2,68%) e Brunello Cucinelli (+2,40%) de 19 para 20 euros (manter). A compra também se mantém para Safilo (+1,06%) (alvo 16,5 euros) e Yoox (preço-alvo 25 euros), ontem em queda acentuada: -5,2%, juntamente com todo o setor de vendas online após o colapso do Boohoo.com (-40 %) em Londres após o aviso de lucro. Por outro lado, a meta do Tod's foi reduzida (de 82 para 80 euros).

ABOBRINHA: BUFFON PEDE TEMPO EXTRA

Zucchi (-1,71%), por fim, anunciou que o acionista maioritário Gianluigi Buffon não pagou até ao prazo de 31 de dezembro os 5 milhões de euros relativos à parte residual do aumento de capital subscrito em dezembro de 2013. No entanto, a Juventus e a seleção guarda-redes "reafirmou o compromisso de efectuar o pagamento até 31 de Janeiro de 2015" mas pediu para poder acordar uma forma de pagamento "ainda que em várias prestações, com modalidades e prazos diversos (...) necessidades” da empresa.

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