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Bazuca Trump sobre tarifas, efeito Ronaldo no teste da bolsa

Trump desembarca na Europa e se prepara para a batalha na OTAN, mas entretanto anuncia um novo aperto de 10% nos bens importados da China - a Piazza Affari, que tem driblado o novo efeito Savona no euro, vai hoje avaliar a chegada de CR7 Juve, que já conquistou o título do clube Juventus um aumento virtual de 212 milhões

Bazuca Trump sobre tarifas, efeito Ronaldo no teste da bolsa

As bolsas norte-americanas continuam a bater recordes, à espera dos resultados trimestrais que prometem faíscas. Mas Donald Trump aproveitou a euforia de Wall Street para armar a bazuca das tarifas: o presidente dos EUA, que hoje promete fazer batalha na cimeira da NATO em Bruxelas, anunciou durante a noite que a Casa Branca está preparando novas tarifas de 10% sobre 200 bilhões de dólares em mercadorias vindas da China. A provisão está em preparação e só ficará pronta em dois meses. Haveria tempo para um acordo, mas no momento as partes estão mais distantes do que nunca. O próprio Trump já ameaçou estender os impostos sobre todas as importações de Pequim, no valor de 500 bilhões de dólares.

O PRESIDENTE DOS EUA TAMBÉM AUMENTA O FOGO NA EUROPA

Há muitos nos Estados Unidos, mesmo entre os republicanos, que observam com preocupação os movimentos de Trump. Entre eles, o influente deputado Kevin Brady, que pediu ao presidente que iniciasse negociações diretas com Xi Jingping. Mas as relações com a Europa não são menos turbulentas: “Não se pode fazer negócios com o velho continente”, trovejou Trump, misturando política externa com relações comerciais.

FUTUROS SE RETRAEM, JAPÃO E CHINA EM BAIXO

A notícia esfriou o bom humor dos mercados. Os futuros do índice S&P caíram 0,8% esta manhã.

A Bolsa de Valores do Japão caiu 1,2%, com o dólar iene em seu maior nível desde janeiro, em 111,1. O yuan volta a sofrer, a 6,66 face ao dólar, uma desvalorização que prejudica o índice CSI 300 das bolsas de Xangai e Shenzhen (-1,9%). Hong Kong perde 1,5%, Seul -1,1%. Mumbai sobre a igualdade.

PEPSICO EMPURRA WALL STREET AO MAIS ALTO DESDE FEVEREIRO

Efervescente Wall Street ontem, antes do anúncio da nova rodada de guerra comercial. O índice S&P (+0,35%) subiu para seu nível mais alto desde fevereiro. Nos últimos quatro dias, a alta chegou a 3%. Dow Jones +0,58%. O Nasdaq moveu-se pouco (+0,04%).

O lançamento positivo da campanha de contas no final de junho deu um impulso à Bolsa de Valores dos Estados Unidos. A abrir os bailes esteve a Pepsico (+4,8%) que arrastou para cima o setor de consumo (+1,3%). Agora o foco está nas contas dos grandes bancos. Na noite de quinta para sexta serão divulgados os números do JP Morgan, Wells Fargo e Citigroup.

SOS NA LIRA TURCA

Euro ligeiramente abaixo do dólar esta manhã. Destaque para a nova turbulência da lira turca, cotada a 4,72 em relação ao dólar. A mudança na legislação sobre o papel do banco central, desejada pelo presidente da República Erdogan, deixou os mercados nervosos: se a inflação voltasse a subir, segundo o Commerzbank, as autoridades centrais teriam apenas que impor medidas de emergência medidas como controles de capital.

TRAVAGEM A ÓLEO, MAS A PREVISÃO É BULL

Petróleo desacelera esta manhã, depois da aceleração que o levou ontem a um passo dos máximos dos últimos três anos e meio: a administração norte-americana anunciou que vai analisar, caso a caso, os pedidos de isenção do embargo imposto sobre o petróleo iraniano desde novembro: o Brent negocia a 78,05 dólares (contra 79,50 na véspera).

Vários fatores, no entanto, sustentam o aumento dos preços. Entre estes:

1) Espera-se que os estoques de petróleo dos EUA caiam na quarta semana das últimas cinco em 3,88 milhões de barris. Os dados oficiais do EIA, órgão governamental, chegarão hoje.

2) A primeira greve em seis anos na Noruega reduziu a oferta de petróleo bruto.

3) A Líbia alertou que o fechamento de portos pode continuar reduzindo a produção.

4) Os clientes iranianos na Ásia sinalizaram que a pressão dos EUA os desencoraja a comprar o petróleo de Teerã, cujas exportações encolheram 500 mil barris por dia.

SAIPEM AINDA ACIMA

As ações ligadas à energia foram tônicas: o índice de energia subiu 0,7%, Exxon e Chevron ganharam 1%. A marcha da Saipem continua na Piazza Affari (+1,37%) depois de a S&P ter confirmado o seu rating 'BB+' com Outlook negativo, para o 'rating de crédito corporativo de longo prazo' e para as 'facilidades sénior não garantidas'. A expectativa de novos pedidos, a partir do Azerbaijão (cliente Total), contribuiu para favorecer as compras de ontem. A Eni (+1,31%) e a Tenaris (+0,46%) também estão em território positivo.

MILÃO +0,11%. O ZEW NO MÍNIMO POR 6 ANOS

Acontece que Madrid, no dia doA despedida de CR7 dos Galácticos, foi a única Bolsa do Velho Continente a fechar no vermelho. As outras bolsas foram positivas, apesar dos dados macro decepcionantes: a produção industrial francesa trai as previsões de recuperação (queda de 0,2% em junho), o índice Zew, que mede o humor dos operadores, desvia na Alemanha, para baixo para uma baixa de seis anos anos sob a pressão das tensões comerciais. A situação política no Reino Unido continua turbulenta: a libra perde terreno, o City se mantém. Os futuros caíram esta manhã em antecipação à cúpula da OTAN.

O Milan, apesar do empate como o Savona, consegue fechar em terreno positivo acima da marca dos 22. O índice FtseMib (+0,11%, para 22.057) conseguiu assim a quarta subida consecutiva, atingindo os máximos das últimas três semanas após ser negociado a cerca de dois mil milhões.

A produção industrial se recuperou em maio após o revés em abril, mas a tendência subjacente permanece fraca. Segundo dados divulgados nesta manhã pelo Istat, a produção registrou expansão de 0,7% no mês, recuperando-se da contração de 1,3% registrada em abril (dados revisados ​​de -1,2%).

Frankfurt +0,53%. Desde o início do ano, o índice acumula queda de cerca de 2,5 pontos percentuais. Paris +0,67%, Zurique +0,14%. Londres +0,05%: PIB cresceu 0,3% em maio.

SAVONA: O PLANO B É NECESSÁRIO. E PRESSIONE PARA O ENCONTRO COM OS DRAGÕES

“A minha posição do 'plano B' que tanto alterou o conhecimento e também a interpretação das minhas ideias, é estar pronto para tudo. Lembre-se de que podemos nos encontrar em uma condição em que não somos nós que decidimos, mas os outros”. O Ministro das Políticas Comunitárias Paolo Savona certamente não tranquilizou os mercados em seu discurso no Parlamento, mas o efeito de suas palavras voltou à tarde. O ministro também anunciou um encontro com o presidente do BCE, Mario Draghi, embora posteriormente tenha especificado que o encontro ainda não foi definido.

Enquanto isso, o governador do Banco da Itália, Ignazio Visco, falando à assembléia da ABI, havia alertado que “diante de uma nova crise estaríamos muito mais vulneráveis ​​hoje do que há dez anos”.

O SPREAD SOBE PARA 240. HOJE O LEILÃO DE BOT DE 12 MESES

As palavras de Savona condicionaram boa parte da sessão do mercado de dívida, às vésperas dos leilões do meio do mês. O spread Btp/Bund subiu para 240 pontos-base, sete a mais que a mínima da manhã e três a mais que o fechamento de ontem.

A cotação do BTP de dez anos oscilou entre 2,65% pela manhã, com o mercado ligeiramente em alta, para 2,71% após as declarações do ministro.

A rodada de leilões italianos no meio do mês começa hoje. Começa com a oferta de BOTs de 12 meses por 6 bilhões de euros, contra 6,75 bilhões de títulos com vencimento, enquanto na quinta-feira serão ofertados até um total de 6,5 bilhões de BTPs, nos vencimentos de 3, 7, 15 e 20 anos.

Espera-se que o rendimento dos Bots de 12 meses caia de seu nível mais alto desde maio de 2014, registrado há um mês. Para fechar, no mercado cinza de Mts, a ação foi negociada ontem com rendimento de 0,305% contra 0,550% no leilão de meados de junho.

Estão ainda hoje em dia os leilões da nova obrigação alemã a dez anos, no valor de 4 mil milhões, e da portuguesa, até mil milhões, nas maturidades de outubro de 2028 e abril de 2034.

JUVE JÁ VALE MAIS 212 MILHÕES

Confirmar-se-á a lei dos mercados segundo a qual, como sabemos, a regra é "vender na notícia", ou o efeito Ronaldo continuará hoje na Piazza Affari?

As notícias da Piazza Affari desta vez só podem começar de baixo, ou seja, do anúncio às 17h32, simultaneamente em Torino e Madrid, da conclusão do negócio do século: Juventus (+5,77% a 0,90 euro) anunciou a contratação de Cristiano Ronaldo do Real Madrid. Em termos financeiros, a operação da participada Exor (+1,46%) prevê que o clube assegure os serviços do jogador por quatro anos (até 30 de junho de 2022) “contra uma contraprestação de 100 milhões, a pagar em dois exercícios financeiros, além de a contribuição solidária prevista no regulamento da Fifa e encargos acessórios de 12 milhões".

A contratação do campeão português vai envolver um desembolso anual de 30 milhões: o custo corporativo "bruto" anual no orçamento do clube será superior a 68 milhões a que se acresce a amortização do preço (25 milhões para cada um dos próximos quatro anos). Ou seja, uma operação que ronda os 375 milhões, uma bocada para um clube que, no final da época, registava uma faturação de 540 milhões (e um passivo operacional de 30 milhões).

Contra estes números, porém, há a resposta extraordinária do mercado: desde 4 de julho, data dos primeiros rumores sobre o "affaire", a capitalização da Juventus cresceu 30,6%, ou seja, 212 milhões de euros. Para além da febre dos adeptos, números tão importantes só se explicam pelas projeções financeiras e pelo valor estratégico de uma operação que promove definitivamente, à escala global, a atratividade do clube ao nível dos clubes de futebol 3-4 do de forma permanente mais de mil milhões de euros.

O FUNDO ELLIOTT COLOCOU DINHEIRO NO AC MILAN

Entretanto, à noite, recebeu-se a confirmação de que o futebol italiano pode contar com um novo protagonista excepcional: o fundo Elliott de Paul Singer que, uma vez executada a dívida à antiga propriedade chinesa, já antecipou a sua intenção de pagar 50 milhões de euros de patrimônio “para estabilizar as finanças do clube e planejar a contribuição ao longo do tempo de” capital adicional para financiar o crescimento do Ac Milan”.

FERRAGAMO RECUPERA, DEEP RED PARA TIM

Além da febre do baile e das surtidas do Ministro Savona, o dia na Piazza Affari foi animado pelas indicações que chegavam dos corretores.

Ferragamo +3,02% encontra seu caminho novamente impulsionado por um estudo da Jefferies que melhorou a opinião sobre o estoque a ser mantido em vez de vendido.

Fiat Chrysler +0,63% acelera após o relatório Ubs que promoveu a classificação para Comprar de Neutra. O HSBC também reiterou a compra, porém reduzindo a meta de 21 euros para 24 euros. A corretora também premiou a Ferrari com +1,82%: preço-alvo de 114 euros (contra 113).

A CNH Industrial (+2,33%) voa na esteira da Caterpillar, que está em alta em Wall Street.

Em vez disso, uma denúncia do Ubs causou um revés no Tim (-2,48%). Os analistas do banco suíço reduziram o julgamento para vender com preço-alvo de 0,59 euro para 0,83 euro. O analista Giovanni Montalti aponta que os líderes, pouco coesos, podem não conseguir enfrentar a concorrência vinda da Iliad e OpenFiber.

Com pouco movimento da Campari (+0,21%) que recuperou durante a sessão as perdas vinculadas ao julgamento dos analistas de Bryan Garnier, chegou a hora de realizar lucros. A classificação foi reduzida para Neutro por Compra, preço-alvo em 7,0 euros.

STM VAI ÀS COMPRAS, BATALHA NO AR EM RECORDATI

Em evidência Stm (+2,1%). A empresa anunciou a aquisição da Draupner Graphics, especializada em software para interfaces gráficas de usuário.

O setor bancário condicionado pela audiência de Savona contrastou: Intesa -1,6%, Unicredit -1,6%.

Banca Carige não encontra paz (-0,1%). O acionista Raffaelle Mincione solicitou a convocação de uma assembleia, na ordem do dia pede a nomeação de um novo conselho de administração.

Campos de batalha na frente da Recordati: a ação +2,48% a 31 euros continua a navegar bem acima do preço que a CVC pagará para adquirir a ação da Fimei (28 euros) e pela qual será lançada a próxima OPA.

Destaque para o voo da Ferrovie Nord Milano: +11,48% após o anúncio do divórcio da Trenitalia feito pelo governador da Lombardia Attilio Fontana.

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