Nos últimos três anos Espanha cresceu a um ritmo superior a 3%, 1,3 pontos percentuais acima da média da zona do euro. Apesar do abrandamento esperado (para 2,4-2,6%), o diferencial também deverá manter-se positivo em 2018. O excedente das contas externas mantém-se significativo, ao mesmo tempo que o reequilíbrio financeiro das empresas e das famílias. O que desvirtua este cenário é sobretudo a evolução do mercado de trabalho, com uma taxa de desemprego que, embora tenha diminuído nove pontos percentuais face a 2013, ainda se situa nos 17,1%.
Parece mais complexo a situação do circuito bancário. PARA Em meados de 2017, as autoridades foram chamadas a encontrar uma solução para a fase de aguda dificuldade do Banco Popular, crise resolvida com a intervenção do Santander. Não foi um evento totalmente inesperado, ainda que o grupo espanhol tivesse passado nos testes realizados pela EBA apenas alguns meses antes.
Em julho de 2012, o circuito financeiro espanhol deu sinais de fragilidade tão graves que induziram a União Europeia a aprovar uma ampla e rápida intervenção de apoio. Contra o compromisso de implementar algumas importantes reformas económicas, foram disponibilizados a Espanha recursos na ordem dos 41 mil milhões, que permitiram um amplo processo de recapitalização e a constituição de um banco ruim público ao qual foram conferidos ativos imobiliários de valor superior a 107 mil milhões de euros.
Com a constituição do Popular, a ainda importante exposição imobiliária concentra-se sobretudo nos grandes grupos, capazes de suportar melhor o encargo graças a uma carteira não só mais alargada, como também muito diversificada a nível sectorial e geográfico. Este dado, aliado à dinâmica económica favorável e aos primeiros tímidos sinais de recuperação do mercado imobiliário, levam-nos a crer que a banca espanhola já não está distante (cinco anos após o resgate europeu) da saída da crise profunda em que o estouro da bolha imobiliária o havia precipitado.
Anexos: Bnl aposta no sistema bancário espanhol
