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Seguro, efeito Covid: preços de carros RC -5% em 8 meses

REUNIÃO ANUAL DA ANIA – Presidente Farina: “Arrecadação -6% em 15 meses. São necessárias regras mais flexíveis” – Franco (Ivass): “Empresas sólidas, mas fortalecendo ativos”

Seguro, efeito Covid: preços de carros RC -5% em 8 meses

Entre janeiro e agosto de 2020, os preços médios do seguro de responsabilidade civil diminuíram mais de 5% na Itália. Assim o afirmou a presidente da ANIA, Maria Bianca Farina, ao abrir o encontro anual da Associação das Seguradoras Italianas (ler a intervenção completa). “Essa tendência – acrescentou – reflete a decisão das empresas de facilitar os segurados que não usaram o veículo durante o bloqueio. De facto, a frequência de sinistros tinha diminuído significativamente nos últimos meses, para depois voltar a subir gradualmente nos meses de verão rumo aos valores de 2019”.

Ania volta a apelar à política para “repensar o sistema regulatório do seguro automóvel de forma estrutural, com o objetivo de reduzir ainda mais o custo global para a coletividade, única forma de reduzir os preços a favor de todos, favorecendo as práticas virtuosas e evitando custos desnecessários ". Farina apela a que se controle a dinâmica de crescimento das indemnizações por lesões graves, à semelhança do que acontece noutros países europeus, e que se enfrente “de forma ainda mais incisiva o fenómeno das fraudes em seguros e as relacionadas com o crime organizado”.

SEGURO: COBRANÇA -6% EM 15 MESES

Farina destacou então que o setor de seguros "não ficou imune ao choque" causado pela pandemia, a ponto de as entradas líquidas caírem 15% na comparação anual no primeiro semestre. Só no trimestre do lockdown - de março a maio - a quebra dos prémios de vida "foi de 35% face a 2019 - disse o número um da ANIA - Em junho, com o fim das medidas excecionais, verificou-se uma inversão de tendência inicial , a que se seguiu uma nova consolidação nos meses de julho e agosto, altura em que o financiamento voltou aos níveis dos mesmos meses de 2019”.

FARINA: "PAREM DA ASSISTÊNCIA: VAMOS CORTAR A BUROCRACIA"

Farina dirigiu-se então ao Governo e à Assembleia da República, sublinhando a necessidade de apoios concretos ao sistema produtivo: "Nem favores, nem descontos, nem gotas de chuva mas sim medidas que garantam recursos adequados às emergências, que revejam o pesado regime fiscal, derrubem as infinitas barreiras da burocracia, fornecem uma eficiente e moderna rede de infra-estruturas. O desafio é não permitir que a economia do país se transforme em multiplicadora de bem-estar improdutivo”.

FARINA: "PRECISAMOS DE REGRAS MAIS FLEXÍVEIS"

Adicionalmente, de acordo com o presidente da ANIA, "na continuação do cenário de taxas de juro baixas, para que o sector segurador possa continuar a desenvolver a sua actividade de investidor institucional e a oferecer produtos de médio-longo prazo, é urgente ter um quadro de regras mais flexíveis”. Por exemplo, Farina sublinha a necessidade de “garantir as mais-valias presentes na gestão separada dos produtos tradicionais e reinterpretar as suas garantias para o futuro, oferecendo uma nova geração de produtos eficazes e prudentes”.

IVASS, FRANCO: "SEGURO SÓLIDO, MAS REFORÇAR OS ATIVOS"

O sistema de seguros italiano "mantém-se globalmente sólido mesmo num contexto difícil", disse o presidente do IVASS, Daniele Franco, sublinhando no entanto que "os riscos associados aos efeitos económicos do novo aumento de infeções confirmam a necessidade de preservar e reforçar a estrutura financeira posição das empresas”.

No seu discurso na assembleia da ANIA, Franco sublinhou que, "após as tensões dos primeiros meses do ano, o progressivo abrandamento da volatilidade nos mercados financeiros e a redução do spread Btp-Bund, que caiu de 235 pontos em meados de -março para cerca de 130 nos últimos dias, têm permitido a recuperação gradual dos rácios de solvabilidade das empresas, voltando a níveis próximos dos do final de 2019”.

O número um da Autoridade de Supervisão de Seguros referiu ainda que “no final de setembro o índice de solvabilidade do setor como um todo voltou a valores próximos dos 210%” e que “nenhum grupo segurador apresentou valores abaixo dos 130%. A recuperação dos índices reflete também as intervenções de reforço dos capitais próprios e as políticas prudentes de distribuição de dividendos. Os ofícios do IVASS nos últimos meses de março e julho focaram a atenção em conter a distribuição de dividendos pelas empresas para não dispersar o buffer de capital. Nossas análises mostram que a contribuição da contenção da distribuição de dividendos para o aumento do índice de solvência do setor foi de 7 pontos percentuais”.

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