Às vésperas do prazo para a venda da Alitalia, as Ferrovias Estaduais – após pressão do ministro do Desenvolvimento Econômico, Luigi Di Maio – formalizaram sua proposta de compra das filiais de negócios da Alitalia Società Aerea e da Alitalia Cityliner. Os detalhes devem ser conhecidos hoje, mas parece que a FS fez uma oferta a preços e condições finais para toda a operação tanto com luz verde da UE como com a identificação de um parceiro internacional que ainda não está disponível
A decisão tomada pelos Fs não é um passo indolor, não só pelo estado comatoso em que se encontra a Alitalia e pela sua endémica possibilidade de chegar a um orçamento equilibrado se não for profundamente reestruturada de forma a reduzir os custos fixos (nomeadamente pessoal: estamos a falar de 2 despedimentos) mas sobretudo porque não é fácil encontrar um parceiro internacional que possa alargar o leque de actuação da empresa italiana.
Ontem, porém, pouco antes da oferta das ferrovias, os alemães da Lufthansa desfilaram e deixaram claro que não querem entrar em um negócio dominado direta ou indiretamente pelo governo italiano através da presença de empresas públicas como a Fs.
Resta saber se outros parceiros internacionais como a Delta ou a EasyJet se irão apresentar mas o caminho continua a ser difícil, enquanto se verifica uma debandada entre as empresas públicas a que o Governo tinha apelado. Um após o outro, salvo reviravoltas de última hora, ambos os Cassa depositi e prestiti (Cdp) saíram da Alitalia após a forte niet do presidente da Acri (associação de fundações bancárias que detêm 20% dell Cassa), Giuseppe Guzzetti, para investir recursos financeiros na companhia aérea, tanto Leonardo quanto Eni.
No entanto, é provável que nos próximos dias o Governo volte ao cargo e tente apertar para evitar a falência da Alitalia, sobretudo a poucos meses das eleições europeias