Propriedades da Panasonic, a gigante japonesa da eletrônica, anunciou uma plano de reestruturação profundo que prevê a corte de cerca de 10.000 empregos globalmente, o metade dos quais no Japão. As medidas afetarão principalmente o ano fiscal de 2025, que começou em abril passado, e envolverão uma racionalização das atividades corporativas e o fechamento de divisões não lucrativas.
O grupo afirmou que a redução de pessoal acontecerá em empresas consolidadas e fará parte de um plano mais amplo para “otimizar a eficiência operacional” e revisar o número de departamentos e funcionários empregados, especialmente nas áreas comercial e administrativa. O custos de renovação totalizará aproximadamente 130 bilhões de ienes (equivalente a 896 milhões de dólares), valor que será registrado nas contas do atual ano fiscal.
Aposta em energia: lucro de +39% esperado da divisão de baterias
Em nítido contraste com a redução de algumas áreas, a Panasonic confirma a centralidade da sua divisão de Energia, que produz baterias para veículos elétricos (especialmente para Tesla). Para o ano fiscal que termina em março de 2026, a empresa espera um aumento de 39% no lucro operacional desta unidade de negócios, que deverá atingir 167 bilhões de ienes (cerca de 1,15 bilhão de dólares).
Apesar da falha em atingir a meta em relação ao ano anterior (120,2 bilhões contra os 124 esperados), a empresa mostra confiança no crescimento estrutural do mercado de veículos elétricos e sistemas de armazenamento de energia. De acordo com o comunicado de imprensa, o desempenho foi apoiado principalmente pela melhoria da lucratividade nas plantas dos EUA e pela redução dos custos de matéria-prima.
Novas baterias e novas plantas entre o Japão e os EUA
Para reforçar esta estratégia, a Panasonic confirmou ainício da produção em grande escala do bateria 4680 na fábrica japonesa de Wakayama, uma inovação destinada a aumentar a autonomia dos veículos elétricos, reduzindo o número de células por bateria. Paralelamente, o grupo está a construir uma nova fábrica no Kansas, que entrará em operação nos primeiros meses de 2025, juntamente com a que já está ativa em Nevada, uma parceira fundamental no fornecimento de baterias para a Tesla. Investimentos que evidenciam a vontade do grupo japonês de consolidar sua posição no mercado global de baterias, em concorrência direta com gigantes asiáticas como a chinesa CATL e a sul-coreana LG Energy Solution.