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Banco Bpm responde com calor branco ao Unicredit: relançamento na Anima não compromete o Compromisso Dinamarquês

Segundo o Banco Bpm, o Unicredit teria feito apenas suposições, visando "insinuar dúvidas". Cet1 a 13% “em qualquer caso”. Depois a acusação na Piazza Gae Aulenti: "Não fornece esclarecimentos sobre Commerz, Generali e Rússia"

Banco Bpm responde com calor branco ao Unicredit: relançamento na Anima não compromete o Compromisso Dinamarquês

Continuando a batalha de comunicados entre Unicredit e Banco Bpm tendo em vista a importante assembleia na Piazza Meda, marcada para 28 de fevereiro, convocada para deliberar o relançamento de 6,2 para 7 euros por ação na Anima.

Na sequência da nota do Unicredit, que ontem levantou a possibilidade de retirar a oferta do Banco Bpm no caso de aumento do preço de oferta da Anima ou não aplicação do Compromisso Dinamarquês, chega esta manhã a resposta acalorada do banco liderado por Giuseppe Castagna, "obrigado a prestar alguns esclarecimentos sobre as informações" e a esclarecer os números divulgados pela Piazza Gae Aulenti. 

Resposta do Banco Bpm: "do Unicredit são meras suposições"

“O Banco Bpm não pode deixar de salientar que após a convocação da Assembleia”, lê-se na nota da Piazza Meda, “o Unicredit só ontem emitiu um comunicado de imprensa, com os mercados abertos, que continha também meras suposições sobre o Banco Bpm, o Banco Bpm Vita e a oferta”, na Anima. 

 “Para proteger o Banco e as suas partes interessadas e, de forma mais geral, para salvaguardar a transparência na informação fornecida ao mercado, O Banco Bpm não pode deixar de manifestar a sua preocupação em relação ao conteúdo do comunicado de imprensa emitido pelo Unicredit”, continua o banco.

Segundo o Banco Bpm, Unicredit “levanta dúvidas sobre o valor da oferta sobre a Anima e sobre o retorno do investimento para o grupo Banco Bpm (sobre o qual tivemos oportunidade de prestar os esclarecimentos necessários acima) e, por outro lado, limita-se a recordar as condições de eficácia fixadas para a OPA e já sobejamente conhecidas do mercado sem, contudo, esclarecer a sua posição quanto à efetiva renúncia às mesmas em caso de aprovação pela assembleia geral de acionistas e/ou eventual relançamento da contrapartida da OPA”. 

Banco Bpm: “Compromisso dinamarquês aplicável à participação da Anima”

Entrando no mérito das objeções levantadas pela Piazza Gae Aulenti, o Banco Bpm confirma que “a resolução da assembleia, se aprovada, não implicará por si só qualquer renúncia à aplicação do chamado regime de compromisso dinamarquês à participação acionária da Anima, detida através do Banco Bpm Vita, à qual este regime já se aplica, deixando assim o conselho de administração livre para avaliar as ações mais adequadas a adotar na continuação da oferta no interesse dos seus acionistas”.

O instituto liderado por Giuseppe Castagna esclarece ainda que informou o mercado sobre a evolução das discussões com o BCE e a Autoridade de Supervisão do BCE sobre o Compromisso Dinamarquês e que "comunicará prontamente ao mercado qualquer decisão que receber sobre o assunto, considerando inapropriado e enganoso basear a comunicação ao mercado em bases probabilísticas".

Em todo o caso, o banco reitera “a sua convicção, baseada nas disposições regulamentares em vigor e não em cálculos probabilísticos, quanto a aplicabilidade desse tratamento regulatório à participação em Animque serão adquiridos após a oferta”.

Batalha de percentagens sobre efeitos patrimoniais

O Banco Bpm enfatiza que os tempos de resposta dependem exclusivamente das autoridades europeias. “É, portanto, numa óptica de total transparência que o Banco Bpm entendeu adequado informar o mercado sobre impactos hipotéticos em Cet1 proporção do grupo no caso de tal tratamento não ser confirmado”.

Em qualquer caso, o “Banco Bpm manterá um rácio Cet1 acima dos 13% nas datas de referência do plano, mesmo em caso de não aplicação do Compromisso Dinamarquês à participação na Anima e também considerando a remuneração dos acionistas com payout de 80%”, esclarece o instituto, destacando que “apesar da ampla transparência e divulgação”, “o Unicredit julgou oportuno divulgar suas elaborações numéricas sobre os potenciais impactos no índice Cet1 do Banco Bpm decorrentes de uma possível não confirmação do Compromisso Dinamarquês sobre a Anima”.

Segundo o Banco Bpm, o Unicredit teria realizado “uma deturpação e representação enganosa, fruto de deduções desenvolvidas por terceiro ao grupo Banco Bpm que promoveu uma oferta integralmente em ações, que desde o primeiro dia se encontrava em desconto face à cotação da ação do Banco Bom, em prejuízo dos acionistas do Banco Bpm.”

“Ao contrário do que foi comunicado pelo Unicredit, nenhuma inconsistência surgiu conforme anunciado ao mercado em 6 de novembro de 2024; de facto, a aquisição da Anima continua a enquadrar-se no contexto mais amplo da estratégia adoptada nos últimos anos pelo Banco Bpm”.

O ataque ao Unicredit

E numa batalha verbal sem limites, vem a crítica: “surpreende também que o Unicredit, ao dar indicações sobre o rácio Cet1 do Banco Bpm insinuando dúvidas sobre a sustentabilidade das metas por este comunicadas ao mercado, não considere adequado produzir por sua vez esclarecimentos abrangentes sobre as iniciativas recentemente lançadas do mesmo (como investimentos em Commerzbank e Generali) tanto em termos do impacto de estado estacionário em seu índice Cet1 e da clareza do plano estratégico geral, quanto dos riscos associados à exposição à Rússia, que continua sendo quantificada em um máximo potencial de 55 bps, apesar das provisões já feitas e comunicadas ao mercado", diz a nota do Banco Bpm.

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