O Economia Mediterrânica, no centro de inúmeras iniciativas políticas, continua ligado aos combustíveis fósseis. A transição energética começou, mas a chamada área MENA (Oriente Médio e Norte da África) não pode prescindir do petróleo e do gás. De fato, está entre os principais produtores e consumidores de combustíveis fósseis, com a Arábia Saudita e o Irã entre os maiores usuários. A atenção que a Europa dedica ao Mediterrâneo e às políticas de integração necessita evidentemente de ajustes. O relatório “Economias Mediterrânicas 2024” (ME24) do Departamento de Ciências Humanas e Sociais da CNR Ela nos oferece o retrato mais confiável da economia de uma das áreas mais estratégicas e problemáticas do mundo.
A relevância da Agenda para o Mediterrâneo e da Declaração de Barcelona
O que é atual noAgenda para o Mediterrâneo e em Declaração de Barcelona 1995? São dois documentos fundamentais para a compreensão das dinâmicas que dão pano de fundo às iniciativas e projetos governamentais, mas estão obscurecidos. O relatório “Mediterrâneo” e a análise de contexto centram-se nos 7 mil milhões de euros de investimento para o período 2021-2027 da UE, úteis para colmatar as diferenças estruturais entre as duas margens do Mediterrâneo. A partida doenergia surge, pois tudo o que gira em torno da colaboração e assistência aos países da bacia do Mediterrâneo é avaliado numa perspetiva que deve tornar-se mais concreta. A Itália está sendo observada com especial atenção, pois não é por acaso que é o país com maior consumo de gás natural. Vale refletir, por exemplo, sobre o fato de que em 2022 as importações de petróleo aumentaram 11,2%, ultrapassando 14 milhões de barris por dia. No mesmo ano, todo o Oriente Médio aumentou as exportações em cerca de 9%. Isto significa que grande parte das economias europeias depende desse fluxo de importações, que foi afetado pelo conflito na Ucrânia.
“Em suma, a transição energética começou, mas o petróleo e o gás continuam sendo centrais. A Europa está a apostar nas energias renováveis, enquanto o Médio Oriente e o Norte de África continuam a ser fornecedores estratégicos no mercado global”, explica. Giovanni canitano, que editou o capítulo sobre transição energética e segurança no relatório “Economias Mediterrânicas 2024”.
Soluções para o final
A história energética recente da Itália é comparada com a de Espanha e Brasil, que se aceleraram em renovável. O cenário é global, mas não se pode ignorar que o Irã – apesar dos apagões internos de energia – produz 259 bilhões de metros cúbicos de gás natural. Os dados são objetivos e devem servir para colocar algumas peças no lugar. A integração entre o Mediterrâneo Meridional e o Euro-Mediterrâneo é definida como intrarregional. Os chefes de governo (Giorgia Meloni em primeiro lugar) acreditam nisso, mas está claro que a Agenda da UE está abalada pela instabilidade política, conflitos e fragilidade econômica, fatores que de fato aumentaram o fosso econômico entre as duas margens. O que imaginar? A Agenda para o Mediterrâneo visa colmatar a lacuna através de parcerias e investimentos, com o objetivo de mobilizar até 30 bilhões de euros em investimentos públicos e privados. “Embora as iniciativas da UE sejam essenciais, acredito que são insuficientes para abordar os problemas estruturais mais profundos que atormentam a região há décadas”, afirma. Salvatore Capasso, curador do relatório. Na região, há países como Egito e Turquia que demonstraram sua capacidade de adaptação nos últimos anos, mas outras economias, como Jordânia e Líbano, tiveram um declínio acentuado no PIB per capita, agravando as desigualdades econômicas.
30 anos da Declaração de Barcelona
O energia É o teste decisivo para não ceder à propaganda e perceber que a dependência de fontes tradicionais de muitos setores industriais reduziu a capacidade dos países de desenvolver economias mais resilientes a choques globais. Já se passaram 30 anos desde a Declaração de Barcelona, com o compromisso de cooperação social, política e econômica entre Argélia, Marrocos, Tunísia, Egito, Israel, Jordânia, Líbano, Síria, Turquia, Chipre e Malta, e os resultados são decepcionantes. A composição política de muitos desses países mudou, e reescrever essa declaração hoje seria impossível. Leva reformas estrutural, estabilidade política e um governo econômica mais eficaz se quisermos reduzir seriamente o fosso com o Euro-Mediterrânico. Sem reformas substanciais, estabilidade política e atenção à energia, o sul do Mediterrâneo corre o risco de permanecer estagnado na economia, com pesadas consequências também para o tão alardeado Plano Mattei italiano.